Ariano Vilar Suassuna nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa, na Paraíba, em 16 de junho de 1927, filho de Cássia Villar e João Suassuna. Após a Revolução de 1930, seu pai foi assassinado no Rio de Janeiro e a família mudou-se para Taperoá, no Sertão da Paraíba, onde morou até 1937.
O escritor de A pedra do reino só veio ao Recife em 1942, para dar continuidade aos estudos e, posteriormente, ingressar na Faculdade de Direito. Depois de exercer a profissão de advogado por alguns anos, abandonou o ofício para ensinar estética na Universidade Federal de Pernambuco.
Depois de 38 anos, Ariano se aposentou e se dedicou a ministrar aulas-espetáculo, formato em que ele aproveitava para contar histórias, defender a cultura popular, fazer críticas e elogios.
Com as apresentações, percorreu teatros, escolas, congressos e centros culturais do país inteiro, às vezes acompanhado de uma trupe de músicos e dançarinos, outras vezes sozinho.
Foi membro fundador do Conselho Federal de Cultura (1967); nomeado, pelo Reitor Murilo Guimarães, diretor do Departamento de Extensão Cultural da UFPE (1969).
Ligado diretamente à cultura, iniciou em 1970 o "Movimento Armorial", interessado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares tradicionais. Foi secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, no Governo Miguel Arraes (1994-1998), membro da Academia Paraibana de Letras (APL/PB), Academia Pernambucana de Letras (APL/PE) e da Academia Brasileira de Letras (ABL). Em 2004, com o apoio da ABL, a Trinca Filmes produziu o documentário O Sertão: Mundo de Ariano Suassuna, dirigido por Douglas Machado. Era torcedor fanático do Sport Clube do Recife.
Teatro
• Uma mulher vestida de Sol (1947). Recife: Imprensa Universitária, 1964.
• Especial da Rede Globo de Televisão, 1994.
• Cantam as harpas de Sião (ou O Desertor de Princesa) (1948). Peça em um ato. Inédita.
• Os homens de barro (1949). Peça em 3 atos. Inédita.
• Auto de João da Cruz (1950). Prêmio Martins Pena. Peça inspirada em três folhetins da literatura de cordel. Inédita.
• Torturas de um coração (1951). Peça para mamulengos.
• O arco desolado (1952).
• O castigo da soberba (1953). Entremês popular em um ato.
• O rico avarento (1954). Entremês popular em um ato.
• Auto da compadecida (1955). Medalha de ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais. Rio de Janeiro: Livraria Agir, 1957; 34.ª ed., Agir, 1999. Estréia no cinema, 1969. Microssérie da Rede Globo de Televisão, 1994, e no cinema, 2000.
• O desertor de princesa (Reescritura de Cantam as Harpas de Sião), 1958. Inédita.
• O casamento suspeitoso (1957). Encenada em São Paulo pela Cia. Sérgio Cardoso.
• Prêmio Vânia Souto de Carvalho. Recife, Igarassu, 1961. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, junto com O Santo e a Porca; 8.ª ed., 1989.
• O santo e a porca, imitação nordestina de Plauto (1957). Recife: Imp. Universitária, 1964. Medalha de ouro da Associação Paulista de Críticos Teatrais. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974, junto com O Casamento suspeitoso; 8.ªed., 1989.
• O homem da vaca e o poder da fortuna (1958). Entremês popular.
• A pena e a lei (1959). Peça em três atos. Premiada no Festival Latino-Americano de Teatro em 1969. Rio de Janeiro: Agir, 1971; 4.ª ed., 1998.
• Farsa da boa preguiça (1960). Estampas de Zélia Suassuna. Peça em três atos.
Rio de Janeiro: José Olympio, 1974; 2.ª ed., 1979.
• Episódio de Terça Nobre, Rede Globo de Televisão, 1995.
• A caseira e a Catarina (1962). Peça em um ato. Inédita.
• As conchambranças de Quaderna, 1987. Estréia no Teatro Waldemar de Oliveira, Recife, 1988. Inédita.
• A história de amor de Romeu e Julieta. Suplemento "Mais!", da Folha de S. Paulo, 1997.
Ficção
• A história do amor de Fernando e Isaura. Romance inédito, 1956.
• Romance d'A pedra do reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta. Romance armorial popular. Nota de Rachel de Queiroz. Posfácio de Maximiano Campos. Rio de Janeiro: Borsoi, 1971. 2.ª ed. Rio: José Olympio, 1972. Adaptação teatral, por Romero de Andrade Lima, 1997.
• As infâncias de Quaderna. Folhetim semanal no Diário de Pernambuco, 1976-77.
• História d'O rei degolado nas caatingas do Sertão / Ao Sol da onça Caetana.
• Romance armorial e novela romançal brasileira. Com estudo de Idelette Muzart F. dos Santos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977.
• Fernando e Isaura. Romance (1956). Recife, Bagaço, 1994.</p>
Outras obras
• O pasto incendiado (1945-70). Livro inédito de poemas.
• Ode. Recife: O Gráfico Amador, 1955.
• Coletânea da Poesia Popular Nordestina. Romances do ciclo heróico. Recife: Deca, 1964.
farsapreguica
• O movimento armorial. Recife: UFPe, 1974.
• Iniciação à Estética. Recife: UFPe, 1975.
• A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira (tese de livre-docência em História da Cultura Brasileira). Centro de Filosofia e Ciências Humanas, UFPe, 1976.
• Sonetos com mote alheio. Recife, edição manuscrita e iluminogravada pelo autor, 1980.
• Sonetos de Albano Cervonegro. Recife, edição manuscrita e iluminogravada pelo autor, 1985.
• Seleta em prosa e verso. Estudo, comentários e notas do Prof. Silviano
• Santiago. Rio de Janeiro: José Olympio / INL, 1974 (coleção Brasil Moço).
• Poemas. Seleção, organização e notas de Carlos Newton Júnior. Recife: Universidade Federal de Pernambuco/Editora Universitária, 1999.
• CD – Poesia Viva de Ariano Suassuna. Recife: Ancestral, 1998
Para o livro Ariano Suassuna, um perfil biográfico (Zahar, 136 páginas, R$ 44,90), de Adriana Victor e Juliana Lins, o próprio Ariano escreveu uma lista de obras da literatura, brasileira e mundial, que influenciaram a sua formação de escritor. São livros que vão desde as primeiras leituras até os 17, 18 anos. A ordem é cronológica: "do menino de Taperoá ao jovem estudante do Recife".
• Coletânea O tesouro da juventude, de autores diversos. Entre os volumes mais lembrados estão O livro dos porquês e O livro dos contos.
• Obras completas, de Monteiro Lobato, um presente da mãe, dona Rita
• Tarzan, de Edgar Rice Burroughs
• Scaramouche, de Rafael Sabatini
• Beau geste, de Percival Christopher Wren
• Através do Brasil, de Olavo Bilac e Manoel Bonfi m
• História do Brasil para crianças, de Viriato Correia
• Os olhos velados de Londres, de Edgar Wallace
• Os três mosqueteiros, de Alexandre Dumas
• Violeiros do Norte, de Leonardo Mota
• Cantadores, de Leonardo Mota
• Contos populares do Brasil, de Silvio Romero
• Coração, de Edmondo D'Amicis
• O guarani, de José de Alencar
• Doidinho, de José Lins do Rego
• Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
• Quincas Borba, de Machado de Assis
• Os Sertões, de Euclides da Cunha
• A carne, de Júlio Ribeiro
• O cortiço, de Aluízio Azevedo
• A cidade e as serras, de Eça de Queiroz
• A correspondência de Fradique Mendes, de Eça de Queiroz
• Os Maias, de Eça de Queiroz
• Assim falou Zaratustra, de Friedrich Nietzsche
• Origem da tragédia, Friedrich Nietzsche
• A ilustre casa de Ramires, de Eça de Queiroz
• Dom Sebastião, rei de Portugal, de Antero de Figueiredo
• A velhice do padre eterno, de Guerra Junqueiro
• Toda a obra de Émile Zola
• Terras do sem-fim, de Jorge Amado
• Pedra bonita, de José Lins do Rego
• Épocas e individualidades, de Clóvis Beviláqua
• Caminhos cruzados, de Érico Veríssimo
• Saga, de Érico Veríssimo
• Crime e castigo, de Dostoievski
• O idiota, de Dostoievski
• Os demônios, de Dostoievski
• Os irmãos Karamazov, de Dostoievski
• Dom Quixote, de Miguel de Cervantes
• Novelas exemplares, de Miguel de Cervantes
• Guerra e paz, de Lev Tolstoi
• Anna Karenina, de Lev Tolstoi
• Eu, de Augusto dos Anjos