O Complexo de Messias, também conhecido como Complexo do Salvador, é um termo utilizado para descrever uma personalidade que se sente compelida a salvar ou resgatar outras pessoas, acreditando que possui habilidades ou uma missão especial para tal.
Manifesta-se, frequentemente, em líderes religiosos, políticos, profissionais de saúde e até em relacionamentos interpessoais. São pessoas com uma visão inflada de si mesmas, acreditando que são as únicas capazes de trazer mudança ou salvação.
Na maioria das vezes, as causas estão ligadas a traumas de infância, onde a criança, num ambiente disfuncional, pode ter sentido a necessidade de salvar um dos pais ou irmãos.
A pesquisa dos psicólogos Maccoby e Martin identificou que traumas na infância, relacionados à falta de controle ou à exposição a situações de abuso, podem predispor uma pessoa a desenvolver o Complexo de Messias.
O fenômeno também pode estar relacionado a transtornos de personalidade, como o de personalidade narcisista, onde há uma grande necessidade de se sentir importante e admirado.
Socialmente, o Complexo de Messias pode se manifestar em movimentos políticos e religiosos, onde líderes se apresentam como salvadores capazes de redimir uma nação ou grupo de suas dificuldades.
Historicamente, isso pode ser visto em figuras políticas como Adolf Hitler e Benito Mussolini, que se posicionaram como salvadores de suas respectivas nações. Em contextos religiosos, líderes de seitas frequentemente exibem traços messiânicos, levando seus seguidores a comportamentos extremos e até mesmo ao sacrifício pessoal.
Um estudo feito pela Universidade de Stanford em 2022, indicou que aproximadamente 3% da população pode exibir comportamentos associados ao Complexo de Messias, em algum momento de suas vidas. Os números são mais elevados em populações que ocupam cargos de liderança ou posições de autoridade, como CEOs, políticos, e líderes religiosos, onde cerca de 7% dos indivíduos mostraram tendências messiânicas.
Em relacionamentos interpessoais, o Complexo de Messias pode resultar em dinâmicas de co-dependência, onde o salvador sente a necessidade de ajudar ou consertar o outro, muitas vezes ignorando a autonomia do parceiro. Um estudo conduzido pelo National Institute of Mental Health, em 2021, revelou que 15% dos casos de divórcio nos Estados Unidos envolveram pelo menos um parceiro com características de Complexo de Messias.
As redes sociais amplificam a visibilidade de indivíduos com Complexo de Messias, especialmente influenciadores digitais, que se posicionam como salvadores de causas sociais ou ambientais. Segundo um estudo da Pew Research Center de 2023, 11% dos usuários de redes sociais relataram seguir influenciadores que se posicionam como salvadores de causas específicas.
No ambiente de trabalho, o Complexo de Messias pode ter efeitos tanto positivos quanto negativos. Por um lado, indivíduos com esse complexo tendem a ser altamente motivados e engajados em projetos que acreditam ser "maiores do que eles mesmos". No entanto, essa atitude também pode levar ao esgotamento (burnout) e à frustração, tanto para o indivíduo quanto para aqueles que trabalham com ele, especialmente quando as expectativas de "salvação" não são atingidas.
Reconhecer o Complexo de Messias é o primeiro passo para lidar com suas manifestações. Terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ser eficaz para ajudar indivíduos a entender suas motivações subjacentes e a desenvolver estratégias mais saudáveis de relacionamento com os outros. Intervenções baseadas na atenção plena (mindfulness) e no estabelecimento de limites também são fundamentais para ajudar a pessoa a reconhecer que, embora possam ajudar os outros, não são responsáveis pela salvação de ninguém.
Além disso, é importante promover uma cultura de cooperação e interdependência, onde o valor do trabalho em equipe e da contribuição de cada membro seja reconhecido, ao invés de reforçar a ideia de que um indivíduo sozinho pode ou deve ser o salvador de uma situação.
A partir de 2025, o Brasil se prepara para implementar uma mudança significativa em sua política de defesa: o alistamento militar obrigatório para mulheres. Este é um marco histórico que levanta uma série de questões sobre igualdade de gênero, modernização das Forças Armadas e os desafios de integrar efetivamente mulheres em um ambiente tradicionalmente masculino.
Até agora, o serviço militar obrigatório no Brasil é exclusivo para homens, com mulheres podendo ingressar nas Forças Armadas apenas de forma voluntária, principalmente em cargos administrativos, técnicos e de saúde. A decisão de incluir as mulheres no alistamento obrigatório é uma resposta a pressões internas e externas por maior igualdade de gênero e representa um movimento em direção à modernização e à inclusão das Forças Armadas. Esta mudança também reflete uma tendência global, com vários países já adotando o alistamento obrigatório para ambos os sexos, como Israel, Noruega e Suécia.
A introdução do alistamento obrigatório para mulheres no Brasil é um passo audacioso que pode ter amplos impactos sociais e culturais. De um lado, a medida é vista como um avanço significativo para a igualdade de gênero. Ao integrar as mulheres nas Forças Armadas de forma obrigatória, o Brasil reconhece oficialmente a capacidade das mulheres de contribuir igualmente para a defesa nacional, quebrando estereótipos de gênero e abrindo novas oportunidades para as mulheres em uma instituição tradicionalmente dominada por homens.
Por outro lado, existem preocupações sobre a reação da sociedade a essa mudança. O Brasil é um país com uma cultura militar fortemente enraizada, e a ideia de mulheres servindo ao lado de homens em funções combativas pode enfrentar resistência de setores mais conservadores. Além disso, há questões sobre como as Forças Armadas irão lidar com desafios específicos de gênero, como assédio sexual e discriminação, que já são problemas reconhecidos em muitos exércitos ao redor do mundo.
A integração das mulheres no serviço militar obrigatório não é apenas uma questão de igualdade de gênero; também apresenta desafios logísticos e operacionais significativos para as Forças Armadas brasileiras. Para garantir uma integração efetiva, será necessário investir em infraestrutura adequada, treinamento sensível ao gênero e políticas rigorosas para prevenir e combater o assédio e a discriminação.
As Forças Armadas terão que enfrentar o desafio de mudar a cultura interna para se tornar mais inclusiva e acolhedora para as mulheres. Isso inclui desde mudanças nos padrões de comportamento e linguagem até a implementação de programas de treinamento específicos para promover a igualdade de gênero e a diversidade.
Apesar dos desafios, o alistamento militar obrigatório para mulheres também pode trazer vários benefícios para o Brasil. Primeiramente, pode aumentar o número de pessoas disponíveis para o serviço militar, ajudando a preencher lacunas em áreas críticas, como tecnologia, engenharia e medicina, onde as mulheres já têm uma presença significativa no setor civil. Também pode trazer novas perspectivas e habilidades para as Forças Armadas, enriquecendo a capacidade de resposta a desafios modernos, como guerras cibernéticas e operações de paz. Estudos internacionais indicam que equipes diversificadas tendem a ser mais inovadoras e eficazes, sugerindo que uma força militar mais diversificada poderia ser mais adaptável e resiliente.
Em um movimento histórico em direção à equidade de gênero na educação, um projeto de lei que propõe a inclusão de abordagens femininas nos currículos escolares avançou no Senado e agora segue para votação no plenário. A proposta, que visa reformar a educação básica e promover uma compreensão mais inclusiva e equilibrada das contribuições femininas na história, ciências, artes e outras disciplinas, tem gerado debates fervorosos entre legisladores, educadores e a sociedade civil.
O projeto de lei foi concebido com o objetivo de corrigir uma lacuna histórica nos currículos escolares brasileiros. Tradicionalmente, o sistema educacional tem sido criticado por apresentar uma visão eurocêntrica e masculina da história e da sociedade, relegando as contribuições das mulheres a papéis secundários ou ignorando-as completamente. A proposta defende uma abordagem mais inclusiva, que valorize as realizações das mulheres e explore temas como igualdade de gênero, direitos das mulheres, e a luta contra a discriminação e violência de gênero.
A senadora responsável pela proposta, Maria do Carmo Silva, destacou a importância de uma educação que reflita a diversidade da sociedade brasileira. O projeto de lei prevê a inclusão de conteúdos que abordem a participação de mulheres em diversos campos do conhecimento, desde a ciência e a literatura até a política e as artes. Além disso, busca explorar a história das lutas feministas e os movimentos pelos direitos das mulheres, destacando figuras femininas importantes que foram pioneiras em seus respectivos campos, tanto no Brasil quanto no mundo.
Outro ponto central da proposta é o enfoque nas questões de gênero e suas intersecções, como raça, classe e orientação sexual. A ideia é que os alunos possam discutir de maneira crítica como essas diferentes identidades se entrelaçam e influenciam as experiências das mulheres, promovendo uma visão mais complexa e inclusiva da sociedade.
A proposta tem recebido apoio de diversos setores, especialmente de grupos feministas, organizações não-governamentais e acadêmicos que defendem uma reforma educacional mais justa e representativa. Eles argumentam que a inclusão de abordagens femininas nos currículos escolares é fundamental para combater a desigualdade de gênero e para empoderar meninas e mulheres desde cedo.
Contudo, a iniciativa também enfrenta resistência significativa. Alguns críticos argumentam que o projeto poderia impor uma “agenda ideológica” nas escolas, alegando que o foco nas questões de gênero pode ser divisivo ou excessivamente político. Outros questionam se o currículo escolar já sobrecarregado pode acomodar esses novos conteúdos sem sacrificar outras áreas importantes da educação.
Caso seja aprovado, o projeto pode ter um impacto profundo e duradouro na sociedade brasileira. A inclusão de abordagens femininas no currículo escolar pode ajudar a desconstruir estereótipos de gênero e promover uma cultura de respeito e igualdade nas escolas, impactando a forma como meninos e meninas se veem e veem uns aos outros.
Pesquisas mostram que a educação inclusiva e diversificada pode contribuir para a formação de cidadãos mais conscientes e engajados socialmente. Ao aprender sobre as contribuições das mulheres e discutir questões de gênero desde cedo, espera-se que os alunos desenvolvam uma maior empatia e compreensão das lutas e conquistas de diferentes grupos, promovendo uma sociedade mais justa e equitativa.
O projeto pode influenciar diretamente as taxas de participação feminina em áreas tradicionalmente dominadas por homens, como ciências, tecnologia, engenharia e matemática (STEM). Ao mostrar modelos femininos em todas as disciplinas, o currículo reestruturado pode inspirar mais meninas a seguir carreiras nessas áreas, contribuindo para a redução da lacuna de gênero no mercado de trabalho.
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