Setor de Serviços estagnado em maio

O setor de serviços ficou estagnado em 0% de variação em seu volume no mês de maio e preocupa. Com o resultado, a atividade do setor está 12,7% acima do nível de fevereiro de 2020, antes da pandemia, mas se encontra 0,9% abaixo de dezembro de 2022, o ponto mais alto da atividade na série histórica iniciada em 2011. 

A variação de 0% veio após dois meses de crescimento positivo. Em março, teve um crescimento de 0,6%, em abril, de 0,3%, mas dá para se observar que há uma queda no ritmo de crescimento. No acumulado de 2024, porém, a alta está em 2% e em relação à maio de 2023, o setor cresceu 0,8%. 

Essa estagnação de 0% no mês de maio em relação a abril vem como resultado da queda de três das cinco atividades que são pesquisadas pelo IBGE. O setor de transportes teve uma queda de 1,6%, informação e comunicação, de 1,1%, e outros serviços, que é um setor bem abrangente, de 1,6%. Já o setor serviços prestados às famílias teve um crescimento de 3% e os serviços profissionais, administrativos e complementares, de 0,5%. 

O setor de serviços é muito importante na economia brasileira e em boa parte dos estados, como o de Pernambuco. Ele representa mais de 70% do PIB brasileiro e, em Pernambuco, mais de 75%. Este é o setor que vem trazendo um crescimento mais forte da economia brasileira da pandemia para cá, mas a situação pode se reverter. 

Crescimento mais forte, inclusive, que o crescimento do agro e da indústria, que tem andado de lado. O agronegócio teve um crescimento forte nesse mesmo período, porém representa muito pouco do PIB brasileiro comparado ao setor de serviços, que tem uma grande representatividade e é quem mais emprega.

O setor vem sendo muito impulsionado por conta de uma maior informalidade da economia brasileira bem como das mudanças tecnológicas que ocorreram depois da pandemia. O avanço de muitas formas de interagir com pessoas e de novos negócios que utilizam a uberização, por exemplo, nas prestações de serviços ajudaram o setor a crescer em ritmo mais forte que a indústria. 

Essas mudanças têm ajudado o setor a crescer puxando a economia junto. O desempenho do setor de serviços no mês de junho vai ser fundamental para ter uma noção de como o PIB se comportou no segundo trimestre desse ano, crescendo ou caindo de acordo com o seu desempenho. Se o desempenho do setor apresentar queda no mês de junho, mesmo com todo o impulso sobre consumo que o governo vem dando, a economia brasileira poderá apresentar uma queda do PIB do segundo trimestre.