COLUNA

Superavit comercial cai 33,4% em junho

No mesmo mês em 2023, o saldo positivo foi de US$ 10,1 bilhões, contra US$ 6,7 bilhões em junho deste ano
Por: Ecio Costa

Publicado em: 08/07/2024 10:11

A balança comercial teve superavit de US$ 6,7 bilhões em junho. O resultado representa uma queda de 33,4% em relação ao mesmo mês em 2023, quando o saldo positivo foi de US$ 10,1 bilhões. Esse é o 4º maior saldo para o mês desde o início da série histórica em 1989, e só perde para os anos de 2021 a 2023.

As exportações foram de US$ 29,0 bilhões em junho de 2024, uma queda de 1,9% em relação a 2023 (US$ 29,6 bilhões). As importações totalizaram US$ 22,3 bilhões, o que representa um crescimento de 14,4% em relação a 2023 (US$ 19,5 bilhões). A corrente de comércio teve crescimento de 4,6%.

A queda das exportações veio do preço dos itens exportados, enquanto o volume apresentou expansão. As importações cresceram em volume significativamente (22,3%), mesmo com queda dos preços dos itens importados, mostrando contração dos preços internacionais de bens exportados e importados, talvez ainda um reflexo da desaceleração econômica chinesa.

A indústria extrativa foi o único setor com crescimento em maio, 15,3% em valor. A indústria de transformação teve queda de 6,8% no valor exportado. A agropecuária, por sua vez, apresentou queda de 3,7% devido à queda dos preços internacionais das commodities de 10,2%, mesmo expansão do volume exportado em 5,9%.

A exportação de óleos brutos de petróleo teve um crescimento de 32,6% em valor, sendo o segundo item mais importante nas exportações, com 12,8%, atrás da soja, que deteve 21,1%, apesar da queda de 10,1% em valor. O minério de ferro teve um crescimento de 5,5%, sendo o terceiro item mais exportado, respondendo por 8,9% das exportações totais.

A China expandiu a liderança como principal destino das exportações totais brasileiras, com 34,0% do total, com expansão do valor de US$ 9,43 bilhões em 2023 para US$ 9,87 bilhões em 2024. EUA e União Europeia apresentaram aumentos de 2,5% e 3,0%, respectivamente. A Argentina apresentou forte queda de 50,8%.

O resultado de junho aponta para um forte e contínuo crescimento do setor exportador de óleos brutos de petróleo, com aumento no preço e no volume, o que tem ajudado nos valores exportados. A queda nos preços das demais commodities reflete muito a situação de desaceleração econômica da China. Essa forte concentração na China como destino continua a representar um risco importante.