COLUNA

Saldo da Balança Comercial cai 49,9%

O saldo comercial no acumulado de janeiro a agosto foi de US$ 54,1 bilhões, uma queda de 13,4% em relação a 2023
Por: Ecio Costa

Publicado em: 09/09/2024 14:12

A balança comercial brasileira teve superavit de US$ 4,8 bilhões em julho. O resultado representa uma queda de 49,9% em relação ao mesmo mês em 2023, quando o saldo positivo foi de US$ 9,6 bilhões. O saldo comercial no acumulado de janeiro a agosto foi de US$ 54,1 bilhões, uma queda de 13,4% em relação a 2023.

As exportações foram de US$ 29,1 bilhões em agosto de 2024, uma queda de 6,5% em relação a 2023 (US$ 31,1 bilhões) e apresenta uma desaceleração em relação a julho. As importações totalizaram US$ 24,3 bilhões, o que representa um crescimento de 13% em relação a 2023 (US$ 21,5 bilhões). A corrente de comércio teve crescimento de 1,4% em relação a 2023.

A queda das exportações veio tanto do menor volume dos itens exportados (-6,5%), quanto do preço em queda (-1,7%). As importações cresceram em volume significativamente (15,7%), mesmo com queda dos preços dos itens importados (-3,2%), mostrando contração dos preços internacionais de bens exportados e importados, talvez ainda um reflexo da desaceleração econômica global.

A indústria de transformação foi o único setor com crescimento em agosto, 0,6% em valor. A indústria extrativa teve queda de 8,1% no valor exportado. A agropecuária, por sua vez, apresentou forte queda de 19,1% devido à forte queda do volume exportado (-11,8%) somada à queda dos preços internacionais das commodities de 8,7%.

A exportação de óleos brutos de petróleo teve uma queda de 5,3% em valor, sendo o item mais importante nas exportações, com 12,7%, seguido pela soja, que deteve 12,1%, com queda de 16,4% em valor. O minério de ferro teve queda de 13,7% em valor, sendo o terceiro item mais exportado, respondendo por 8,5% das exportações totais.

A China reduziu a liderança como principal destino das exportações totais brasileiras, de 30,4% em 2023 para 26,2% do total em 2024, uma queda do valor de US$ 9,46 bilhões em 2023 para US$ 7,62 bilhões em 2024. EUA e União Europeia apresentaram aumentos na participação das exportações brasileiras, com 11,7% e 15,5%, respectivamente em 2024. A Argentina apresentou forte queda de 17,7% no valor das exportações brasileiras.

O resultado de agosto aponta para uma redução importante nas exportações de óleos combustíveis, soja e minério de ferro para a China, impactando as exportações brasileiras. A queda nos preços da maioria das commodities reflete muito a situação de desaceleração econômica global, principalmente chinesa. A forte concentração na China como destino começa a mostrar o risco e consequências de uma desaceleração da economia chinesa no saldo da balança comercial brasileira.