O número de mortes ocorridos e registrados no Brasil, nos últimos dez anos, aumentou 21,2%, passando de 1.055.672, em 2008, para 1.279.948, em 2018. Os dados foram divulgados, hoje (4), na pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2018, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Esse crescimento ocorreu em virtude da diminuição da mortalidade nas idades iniciais, o que fez com que um maior contingente de indivíduos chegasse às idades finais, gerando, assim, um incremento no número de óbitos nas idades mais avançadas, que apresentam mortalidade elevada”, diz o estudo do IBGE.
Em 1978, as mortes de crianças menores de 5 anos de idade representavam 32,6% do total de óbitos registrados. Já o percentual de mortes de pessoas com 65 anos ou mais de idade representava 30% do total.
Com o envelhecimento da população, no ano passado 59,8% das mortes foram de pessoas com 65 anos ou mais. Já a proporção de mortes de menores de 5 anos de idade foi de 2,8% do total em 2018, uma queda de cerca de 30 pontos percentuais nos últimos 40 anos.
Mortalidade masculina
A pesquisa também destaca que a mortalidade masculina é normalmente superior à feminina ao longo da vida, mas que entre jovens e adultos jovens essa diferença se acentua. “As causas principais para o aumento dessa diferença são os óbitos por causas externas (homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, quedas acidentais etc.), que incidem com mais intensidade na população masculina”, diz o IBGE.
“Um homem entre 20 e 24 anos tem 11 vezes mais chance de não chegar aos 25 anos que uma mulher na mesma idade. Os homens estão mais sujeitos a morrer de causas não naturais que as mulheres”, disse a analista da Coordenação de População e Indicadores Sociais Klivia Brayner de Oliveira, coordenadora da pesquisa.
O estudo também aponta que houve incremento de mortes por causas externas nas pessoas mais velhas, sendo que uma parte considerável pode ser atribuída às quedas acidentais. O IBGE cita o levantamento do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. Em 2017, do total de causas de mortes provenientes de quedas, 45,2% ocorreram na população de 80 anos ou mais de idade.
Nascimentos
Em 2018, 2.983.567 registros de nascimentos foram feitos em cartórios no Brasil. Desse total, 2.899.851 referem-se a crianças nascidas em 2018 e registradas no mesmo ano e cerca de 3%, 83.716, correspondem a pessoas nascidas em anos anteriores.
Segundo o IBGE, na comparação com o ano anterior, observou-se aumento aproximado de 1% no número de registros de nascimentos ocorridos e na unidade da federação de residência da mãe conhecida.
A pesquisa também analisou a idade das mãe na ocasião do parto e identificou progressiva mudança com o aumento da idade. De acordo com os registros, em 1998, os bebês nasciam de mães mais jovens, sendo mais de 30% gerados entre as que tinham de 20 a 24 anos.
Em 2018, a participação dos grupos de 20 a 24 anos e 25 a 29 anos de idade equivalem a 24,5% e 23,7%, respectivamente. A pesquisa mostrou um aumento da proporção de mães com mais de 30 anos: as que têm entre 30 e 34 anos representam 20,9% do total e as que têm entre 35 a 39 anos, 12,5% do total.
As Estatísticas do Registro Civil reúnem informações sobre nascidos vivos, casamentos, óbitos e óbitos fetais informados pelos cartórios de registro civil de pessoas naturais, bem como sobre os divórcios declarados pelas varas de família, foros, varas cíveis e tabelionatos de notas.
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