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Zoologia Pesquisa brasileira busca entender hábitos da formiga lava-pé Atualmente, a espécie é considerada uma praga em várias cidades do mundo

Por: Bertha Maakaroun -

Publicado em: 27/04/2015 16:27 Atualizado em:

As lava-pés são responsáveis por 35% das picadas de insetos em humanos. FOTO: Stefânia Sangi/Divulgação
As lava-pés são responsáveis por 35% das picadas de insetos em humanos. FOTO: Stefânia Sangi/Divulgação


Ela já foi típica do Norte do país, principalmente na Floresta Amazônica. Mas, com o tempo, se espalhou pelo resto do território nacional, a ponto de ser considerada, hoje, do Oiapoque ao Chuí, uma praga no ambiente urbano. Pegando carona no transporte de alimentos, a formiga-lava-pés chegou não só a todos os rincões do Brasil, como, há cerca de um século, entrou pelo sul nos Estados Unidos, onde é considerada espécie exótica invasora e chamada de fire aunt (formiga fogo). De lá, o inseto migrou para Califórnia, Caribe, China, Taiwan, Filipinas e Austrália em pelo menos nove invasões distintas.

As Solenopsis saevissima (nome científico das lava-pés) são responsáveis por 35% das picadas de insetos em humanos. O veneno provoca dor intensa. Além de dolorido, o ataque pode provocar bolhas, alergias e até choque anafilático. As picadas quase nunca são solitárias. Um desavisado que pisa um formigueiro pode ver, em questão de segundos, vários bichos subindo rapidamente pelas pernas. As centenas de ferroadas podem ser especialmente perigosas para crianças e idosos.

Encontrar uma forma eficaz de combater a praga é o trabalho de Fábio Prezoto, professor do Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), coordenador do Laboratório de Ecologia Comportamental e Bioacústica (Labec). Desde 2011, ele investiga o comportamento desses animais em busca de maior eficiência para controlá-los.

Depois de acompanhar centenas de colônias de lava-pés encontradas no próprio câmpus da UFJF, Prezoto entra em uma nova fase do projeto intitulado Como reduzir acidentes com formigas lava-pés: coleta dados para testar alternativas de combate. Até meados do ano que vem, ele, que já tem publicações internacionais sobre o tema, espera apresentar um novo inseticida para combater as colônias.


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