CIÊNCIA
Pela primeira vez pesquisadores descodificam na totalidade cromossoma masculino
Nesta quarta-feira (23), o trabalho de cientistas da Universidade norte-americana Johns Hopkins foi publicado na revista científica Nature
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 23/08/2023 13:58
O cromossoma Y vinha sendo particularmente difícil de ser descodificado devido aos seus padrões moleculares repetitivos (Foto: kjpargeter/freepik) |
Um grupo de cientistas da Universidade norte-americana Johns Hopkins anunciou que descodificaram na totalidade o cromossoma Y, associado ao sexo masculino. Nesta quarta-feira (23), o trabalho foi publicado na revista científica Nature, que explica que foi usada uma nova tecnologia de sequenciação genética e a algoritmos bioinformáticos. "Agora que temos a sequência completa do cromossoma Y podemos identificar e explorar numerosas variações genéticas que podem ter impacto nas características humanas e nas doenças de uma forma que não podíamos fazer antes", disse geneticista Dylan Taylor, um dos autores do estudo.
O cromossoma Y vinha sendo particularmente difícil de ser descodificado devido aos seus padrões moleculares repetitivos, mas com este trabalho ficou possível no futuro ajudar a perceber o papel que o cromossoma desempenha no desenvolvimento específico dos homens, na fertilidade e em doenças com causa genética.
Em um comunicado da Universidade Johns Hopkins, a equipe científica revelou as estruturas das famílias dos genes reguladores dos espermatozoides (células reprodutivas masculinas) e descobriu 41 genes adicionais no cromossoma Y. Os cientistas desvendaram também as estruturas dos genes que se pensa poderem desempenhar um papel importante no desenvolvimento e funcionamento do sistema reprodutivo masculino. Por fim, o estudo demonstra que os genes no cromossoma Y contribuem para o risco e a severidade do câncer.
Os conhecimentos alcançados serão ainda incluídos em estudos sobre primatas para aprofundar a investigação sobre a evolução do cromossoma Y e analisar os genes que possam ser clinicamente relevantes para um tratamento personalizado para o câncer e outras doenças com origem genética, segundo a nota da Universidade Johns Hopkins.
As células humanas normais possuem 23 pares de cromossomas, dos quais um par é responsável pelo sexo masculino (um cromossoma X e um cromossoma Y) e feminino (dois cromossomas X).
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