Apesar do termo “empreendedorismo social” só ter se tornado conhecido nos últimos anos, ele sempre existiu. Sempre soubemos de alguém que gostava de ajudar as outras pessoas, preservar o meio ambiente, proteger os animais, cuidar de crianças e idosos, e fazia disso a razão da vida. Tanto que dava um jeito de garantir o próprio sustento sem deixar de fazer o que tanto ama. No entanto, esses empreendedores sociais anônimos não conseguiam espaço para se aproximar do poder público e nem eram reconhecidos por sua contribuição para a melhoria das cidades. Mas, era questão de tempo para esse fenômeno da “tecnologia social” explodir. Empresas e governos precisavam dessas soluções.
Esse novo tempo chegou e isso vem mudando significativamente no Brasil. O Recife tem uma contribuição importante pra isso. Tanto que, nesta semana, na capital paulista, houve uma grande apresentação para o Fundo Social do Governo de São Paulo sobre a plataforma de voluntariado Transforma Recife e o movimento nacional de voluntariado Transforma Brasil
Ao conhecer a iniciativa que nasceu na capital pernambucana, em 2015, o Governo do Estado de São Paulo também decidiu abrir as portas para incentivar o voluntariado entre seus cidadãos. No entanto, assim como acontece no Recife, esse não é um projeto do governo, mas sim, um projeto executado junto com o governo. A sociedade quer participar de iniciativas abrangentes e não de projetos que pertençam a alguma instituição. É o tão sonhado “todo mundo junto para o bem de todo mundo”.
A maior dificuldade do empreendedorismo social sempre foi mostrar ao poder público e ao gestor público que as iniciativas que nascem no coração de quem busca solucionar problemas não poderiam simplesmente durar o período de um ou dois mandatos. Ou seja: têm o propósito de servir a cidade. Aqui no Recife, o prefeito Geraldo Julio percebeu isso com muita sabedoria, e abriu as portas para que muitos empreendedores sociais o ajudassem a transformar a cidade. Estamos falando de mais de 500 ONGs juntas e mais de 100 mil voluntários cadastrados. Em São Paulo, o estado mais rico do país, poderíamos achar que as soluções que a população precisa viriam através dos muitos recursos financeiros arrecadados, mas não! Não é o dinheiro que consegue resolver todos os problemas. É preciso ir além e notar as muitas soluções que podem vir do empreendedorismo social.
Ainda no mês de abril, a primeira-dama do estado de São Paulo, Bia Doria, presidente do Fundo Social, virá ao Recife para “beber da fonte” do Transforma Recife, do Transforma Brasil e do Porto Social, que fizeram da capital pernambucana uma referência na profissionalização das práticas do bem.
Está cada vez mais claro que a união da tecnologia e e do empreendedorismo social nasceu para servir o Brasil, promovendo parcerias para beneficiar os mais humildes.
Que este novo modelo se espalhe ainda mais e que o Recife seja conhecido mundialmente como a capital da solidariedade.
* Fábio Silva é empreendedor social, criador da ONG Novo Jeito, do Porto Social, e das plataformas Transforma Recife e Transforma Brasil
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