Com a cabeça focada em armas e assuntos do gênero, o presidente Bolsonaro não se interessou até agora pela montagem de uma base política de sustentação no Congresso Nacional. Isso tem levado o governo a sucessivas derrotas até mesmo na votação de requerimentos pela convocação de autoridades. Foi o que ocorreu na última quarta-feira com um requerimento do deputado Orlando Silva (PCdoB) convocando o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para dar explicações à Câmara sobre o corte de 30% no orçamento das universidades federais. A rigor, esse convite deveria ser encarado com normalidade, pois é dever de qualquer ministro dar explicações aos representantes do povo sobre os assuntos de sua pasta. No caso em tela, entretanto, os deputados não aprovaram o requerimento com essa visão, e sim para mandar um “recado” ao governo de que continuam insatisfeitos por não estarem indicando afilhados políticos para compor a máquina governamental. Tanto isso é verdade que o placar foi acachapante: 307 votos pela convocação do ministro e apenas 82 pela não convocação. Ou Bolsonaro se apressa para constituir uma base orgânica de sustentação – partidos interessados em compor essa base é o que não faltam – ou vai amargar novas derrotas ao longo deste ano.
Rosário de más notícias
A fala do ministro Paulo Guedes na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, na última 3ª feira, deixou muitos parlamentares de orelha em pé. Ele disse que o Brasil se encontra “no fundo do poço”, que está “prisioneiro da armadilha de baixo crescimento” e obrigado a pagar de juros da dívida, só este ano, R$ 445 bilhões. E que sem a reforma da previdência mergulhará no caos.
Crédito suplementar
Paulo Guedes fez um apelo aos congressistas para aprovarem o pedido de crédito suplementar no valor de R$ 248 milhões, sob pena de o governo entrar em colapso a partir do 2º semestre por falta de recursos para pagar os benefícios da previdência e o Bolsa Família. Até o mais otimista dos governistas ficou assustado com o que ouviu.
Cortes na educação
Os protestos que ocorreram ontem em várias capitais contra o corte de recursos da educação não preocuparam o ministro Abraham Weintraub porque ele parece viver no mundo da lua. Aliás, seu depoimento ontem no Congresso, para explicar o “contingenciamento”, foi de dar pena. Foi ridicularizado por dezenas de parlamentares.
Morto vivo
Garante Adilson Gomes Filho, secretário-executivo de apoio aos municípios da Secretaria do Planejamento, que o FEM permanece forte “e levando desenvolvimento para o interior”. Caso o governador Paulo Câmara tivesse agenda disponível, disse ele, “poderia inaugurar obras do FEM, todos os dias, em todos os municípios do Estado”.
Lei das Licitações
Relator na Câmara Federal do projeto da nova Lei de Licitações, o deputado Augusto Coutinho (SD) já concluiu o seu parecer. Se aprovado, o projeto substituirá a Lei 8.666/93, que está absolutamente superada. Uma das novidades do parecer é o “Portal Nacional de Contratações Públicas”, tornando o processo licitatório mais transparente.
Saneamento privatizado
Joaquim Levy, presidente do BNDES, acredita que ainda este ano terá início a privatização do setor de saneamento no país. A Medida Provisória que trata do assunto já foi aprovada pelo Congresso. Ele quer acabar com as estatais de saneamento dizendo que elas não têm recursos para universalizar o esgotamento sanitário nem daqui a 50 anos.
Falso preso político
Do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) na reestreia do programa “Provocações” da TV Cultura sobre o fato de o PT considerar Lula um “preso político”: “A petezada amalucada não percebe a incongruência. Se eu sou acusado falsamente e ameaçado de prisão arbitrária e política, eu iria a uma embaixada pedir asilo e denunciar. Sugeri isso”.
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