Partiu da Folha de S.Paulo o mais duro ataque aos governadores, especialmente os do Nordeste, pela falta de apoio ao projeto de reforma previdenciária ora em tramitação na Câmara Federal. Segundo o jornal, “uma combinação de cálculo político mesquinho, oportunismo e covardia ameaça tirar os estados e municípios da proposta”, configurando-se “oportunismo de quem, mesmo ciente do flagelo das contas previdenciárias, faz oposição demagógica à reforma na expectativa de que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e outras siglas assumam o desgaste da tarefa”. O jornal afirma ainda que há “covardia” da maioria dos governadores que são favoráveis às mudanças nas regras de aposentadoria, “cuja atuação política em favor da proposta tem sido pífia”. E conclui: “Ainda que os executivos estaduais exerçam influência modesta nas bancadas do Congresso, resta um trabalho essencial de convencimento da opinião pública, ao qual os mandatários deveriam se dedicar com afinco muito maior”. Espera-se agora que após esse puxão de orelhas explícito, os governadores do Nordeste se convençam de que o pior que pode acontecer a eles e a seus estados é o Congresso excluí-los da reforma, o que os deixaria literalmente no fundo do poço.
Municípios pela inclusão
A Confederação Nacional dos Municípios decidiu fechar questão a favor da reforma previdenciária incluindo servidores da União, dos estados e dos municípios. Esta é também a posição da Amupe, cujo presidente, José Patriota (PSB), deve estar estranhando a omissão do governador Paulo Câmara (PSB) em relação ao projeto do governo.
Quem avisa amigo é
Em depoimento na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal, o ministro Paulo Guedes não poderia ter sido mais claro quanto ao acerto de estados e municípios estarem incluídos na reforma previdenciária. “Tem gente que precisa da reforma, vai se beneficiar dela, mas quer que os outros façam. Só que esse problema não nos afeta em nada”, disse o ministro da Economia.
Sucessão interna
Bruno Araújo já decidiu que seu substituto na presidência do PSDB de Pernambuco será a deputada Alessandra Vieira, único parlamentar eleito pelo partido em 2018. Ele conversou previamente com os prefeitos Raquel Lyra (Caruaru) e Joaquim Neto (Gravatá) e ambos concordaram com a escolha da mulher do prefeito de Santa Cruz do Capibaribe.
Pelo controle de armas
Onze ex-ministros da Justiça e Segurança Pública subscreveram uma carta aberta aos brasileiros contra a flexibilização da venda de armas contida num decreto de autoria do presidente Jair Bolsonaro. Figura entre eles o pernambucano Raul Jungmann, que dirigiu a segurança pública no governo de Temer. O Ibope mostra que 73% dos brasileiros concordam com os ex-ministros.
Dívida ativa
O prefeito Geraldo Julio anunciou até agora cortes de R$ 110 milhões no orçamento deste ano da PCR porque a previsão de receita não está se confirmando. A expectativa dos economistas de que o Brasil poderia crescer até 3% neste primeiro ano do governo Bolsonaro foi para o espaço. O prefeito vai tentar tirar o atraso com a cobrança da dívida ativa, mas é improvável que consiga êxito.
Língua contida
Após ser advertido por colegas militares de que deveria falar menos sobre os rumos do governo Bolsonaro para não dar a impressão de que costuma fazer contraponto ao presidente da República, o vice Hamilton Mourão conteve a língua. Passou ontem pelo Recife sem sobressaltos e com o máximo de cuidado para não ferir a susceptibilidade do presidente da República.
A força das corporações
A maioria das emendas ao projeto de reforma previdenciária visa à preservação de direitos das grandes corporações do serviço público. Elas, no entanto, começam a perder a “batalha da comunicação”, pois a maioria da opinião pública está se convencendo de que se essa reforma não for feita pode faltar dinheiro, inclusive, para pagar aos aposentados e pensionistas do INSS.
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