Estudo recente do Escritório de Carreiras da USP indica dez áreas que terão maior desenvolvimento nos próximos anos: saúde, transformação digital, segurança, educação, entretenimento, inovação, infraestrutura, energia, socioambiental e ética. Como são áreas genéricas, profissionais das mais variadas áreas do conhecimento poderão contribuir e se envolver com êxito em uma ou mais delas. Mas é preciso estar preparado.
Mais do que ter uma profissão, valerá a ideia de desenvolver uma carreira, combinando conhecimentos e habilidades, e tendo flexibilidade para migrar entre áreas de atuação. Será preciso ainda disposição para viver novas experiências e para construir redes de contatos. Acrescentaria a capacidade de resolver problemas e de lidar com as novas tecnologias. O avanço da inteligência artificial abarcará cada vez mais áreas do conhecimento, demandando novas habilidades e capacidade de adaptação. Habilidades socioemocionais também serão importantes.
Isso me faz pensar se nossas universidades têm ajudado na adaptação a este novo mundo do trabalho. Eu entendo que a responsabilidade é dupla, não dá para imaginar o aluno como alguém passivo nesse processo. Capacidade de aprender e proatividade continuarão sendo importantes. No entanto, penso que nossa estrutura curricular poderia ajudar.
Permitir maior movimentação entre diferentes áreas do conhecimento ajudaria. O modelo norte americano, por exemplo, permite diferentes áreas de formação. Você pode, por exemplo, ter uma formação em economia e psicologia ao mesmo tempo. Claramente mais abrangente do que a formação em uma área apenas. Existem outras possibilidades, o que ajudaria na adaptação ao novo mundo do trabalho, onde flexibilidade e capacidade de se mover entre diferentes áreas se tornará cada vez mais importante. Repensar nosso modelo de sala de aula também pode ajudar, com menos aulas tradicionais e mais horas independentes de estudo, com mais resolução de problemas e menos passividade no aprendizado.