A primeira fase do projeto terá um investimento, segundo o governo do estado, de R$ 15 milhões e vai gerar 40 empregos diretos. No total, o centro de distribuição terá 50 mil metros quadrados (área pouco maior que 20 hectares no entorno do complexo portuário de Suape) e será responsável por aprimorar a operação logística da montadora japonesa na região Nordeste. A previsão das partes é de que o espaço inicie as atividades até o primeiro trimestre de 2016. “A Toyota tem compromisso com a inovação, passou por problemas, teve suas indústrias devastadas, mas se recuperou e é exemplo. Fazem de forma diferenciada o que se propõem a fazer e causam impacto onde chegam”, disse Thiago Norões.
O documento assinado hoje, checado pelo próprio governador Paulo Câmara na quinta-feira passada, quando esteve com os dirigentes da montadora em São Paulo, também prevê a construção de um galpão próprio de peças, em uma segunda fase tão essencial quanto a estocagem dos veículos. Essa etapa terá o incentivo do Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (Prodepe). O próximo passo do “namoro” entre japoneses e pernambucanos será a adaptação da parte fiscal e dos sistemas de informática.
Nos bastidores da indústria, o polo automotivo de Pernambuco também desperta interesse de outras montadoras. Assim como a Toyota, que aposta na região dona de 20% das suas vendas, os fabricantes serão “naturalmente conduzidos”, por questões de custos, a trocar de rota e fazer um caminho diferente da logística do just in time, com as carretas sendo carregadas na porta da fábrica para em seguida pegar a estrada. “É de se esperar novos investimentos por aqui, por que onde a Toyota vai as outras acompanham. Podemos esperar investimentos na indústria nos próximos dez anos”, pontuou Márcio Stefani, secretário da Fazenda de Pernambuco.
A economia significativa no valor do transporte via navio encurta o tempo de entrega entre o produtor/vendedor e o futuro dono do veículo. A criação de novos pátios em pontos estratégicos, a exemplo da General Motors e Volkswagen, que, por enquanto, usam os terrenos em Suape para seus veículos importados.
Impacto econômico
O galpão de estoque das peças será montado para atender aos concessionários das regiões vizinhas. As lojas poderão receber a reposição dos itens de baixo giro em um curto prazo de entrega. As peças deixarão de constar na prateleira do revendedor para serem visualizadas no depósito da fábrica. A promessa de entrega será feita em menos de 48h.
A chegada da Toyota vai gerar uma movimentação na economia da ordem de R$ 3 bilhões. O CD vai além do pátio de estocagem de 30 mil unidades, porque contemplará uma área dedicada ao PDI (Inspeção de entrega) dos veículos, principalmente os utilitários Hilux vindos da Argentina. No setor serão montadas peças e miudezas das carrocerias. A central também irá receber Corolla e Etios, que virão das fábricas de São Paulo.
A futura logística vai permitir que um automóvel, atualmente vindo de Guaíba, no Rio Grande do Sul, onde a central Toyota está instalada, em uma área de 60 mil metros quadrados operando com 50 mil carros por ano, pague menos para chegar às lojas. Hoje, o frete para o Recife, por exemplo, custa em média R$ 4,5 mil por carro por via terrestre. No navio, esse valor cairá para R$ 1 mil. Detalhe negativo: a redução de custo não deverá ser repassada para o consumidor.
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