A Organização Internacional do Trabalho (OIT) saiu em defesa do IBGE por causa das declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) em que ele desqualifica a produção de dados de desemprego no País. Um dos diretores da entidade procurou o FMI e a OCDE para pedir vigilância diante de possíveis ações do novo governo.
Bolsonaro chamou de "farsa" os números atuais, divulgados mensalmente pelo órgão, vinculado ao Ministério do Planejamento e disse que vai mudar a metodologia de cálculo dos desempregados. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Rafael Diez de Medina, chefe de estatísticas e diretor do Departamento de Estatísticas da OIT, diz que a declaração é "perigosa".
"Ele questiona de uma maneira agressiva uma definição internacional", afirma. Para Medina, o que preocupa é uma eventual erosão da independência das estatísticas diante do poder público. "A intromissão do sistema político é um perigo", insistiu. "Uma das premissas é a independência das estatísticas e autonomia com o objetivo de evitar a interferência política nessa elaboração. E isso implica seguir os padrões internacionais", defendeu.
Em uma mensagem publicada nas redes sociais, Medina saiu em apoio do IBGE. "A OIT apoia fortemente a metodologia seguida pelo IBGE para estimar o emprego e o desemprego, seguindo padrões internacionais", escreveu.
Em uma outra mensagem, ele vai além e aponta que está "extremamente preocupado sobre o futuro das estatísticas oficiais no Brasil". "O sistema internacional de estatísticas estará em alerta e pronto para reagir a esses tipos de reações na Era Pós Verdade", criticou.
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