Economia

Energia renovável pode reduzir custos em até 30% na conta de luz

A adoção da energia limpa também contribui para a preservação do meio ambiente, evitando a emissão de gás carbônico

O ano de 2024 tem sido considerado um marco para o setor elétrico no Brasil. Desde o mês de janeiro, todas os consumidores de alta e média tensão podem escolher seus fornecedores de energia, não estando mais restritos ao mercado regulado, o chamado Mercado Cativo. A principal vantagem é a economia de 30% a 35% na conta de luz, além de não ficar mais submetido às tarifas do horário de pico e às bandeiras tarifárias, que são acionadas quando é preciso acionar as termelétricas para evitar o desabastecimento.

Além da economia, há outros benefícios para quem opta pelo Mercado Livre, como a sustentabilidade, a previsibilidade da despesa, a flexibilidade contratual e o preço constante, além da certificação do consumo de energia 100% renovável, que é um diferencial para as empresas em tempos que as políticas de ESG são amplamente valorizadas no mundo corporativo.

No último mês de fevereiro, a região Nordeste registrou mais de 40 mil unidades consumidoras nesse mercado, das quais 3.596 ingressaram nos dois primeiros meses deste ano, quando passaram a vigorar as novas regras. No país, 37% de toda a energia consumida vem das comercializadora, que abastecem 90%  do setor industrial.

A executiva comercial da Kroma Energia, Manoela Colaço, explica que mesmo no Mercado Livre a figura da concessionária de energia continua existindo. “Ela entra com a infraestrutura física, fiação, cabeamento, mas a transação de compra e venda de energia é feita com outra empresa, que o consumidor vai poder escolher", destaca.

Rita Knop, diretora comercial da Neoenergia Distribuidora

Entre as ações para reduzir esses custos está a utilização de fontes renováveis de energia, como a solar, que contribui com a preservação do meio ambiente e também traz uma economia na conta de luz. Ao adotar a energia limpa, o condomínio também fica menos dependente das mudanças de bandeiras tarifárias na conta de luz tradicional, que aumentam ainda mais o valor do custo.

Manoela Colaço, executiva comercial da Kroma Energia

As executivas da Neoenergia e da Kroma reforçam que o ingresso nesse mercado não se limita à troca da fornecedora de energia, mas de uma migração para uma empresa de soluções de energia, que pode oferecer também a gestão e o acompanhamento em tempo real do consumo. “Nesse mercado, altamente competitivo, é importante ficar atento à solidez das empresas. Há no mercado muitas trades, que não possuem retaguarda em geração, por exemplo, e como a energia é um insumo com preços muito voláteis, há sempre a possibilidade de algumas empresas menos sólidas saírem do mercado”, aconselha Rita Knop.
 

MERCADO LIVRE
 
 
Com a abertura do Ambiente de Contratação Livre (ACL), mais conhecido como Mercado Livre de Energia, em janeiro deste ano, vários condomínios se anteciparam e realizaram, ainda no ano passado, a contratação da energia limpa, para que a mudança ocorresse já no início deste ano. "Já temos vários empreendimentos se beneficiando da economia do Mercado Livre e do diferencial do nosso serviço de gestão. Atualmente estamos negociando com vários síndicos e administradoras", comenta Manoela Colaço.
  
Um das vantagens ao optar pelo Mercado Livre de Energia é que não são exigidos novos investimentos do condomínio e não há necessidade de ter área livre, como seria necessário para a instalação de um projeto solar. Algo que torna o processo de aprovação mais rápido para o gestor.

Para os prédios que ainda estão em construção, a Kroma Energia oferece um caminho mais prático para as construtoras, com a possibilidade de já entregar o empreendimento completo para uso do Mercado Livre, tanto a área comum do prédio quanto os apartamentos. "Nesse caso, o edifício recebe nossa tecnologia de monitoramento e rateio de energia. Além de serem duplamente beneficiados com a economia nas contas de energia, tanto no condomínio, como na sua residência, os nossos clientes acompanham em tempo real o consumo das suas unidades através do nosso app", acrescenta a Executiva Comercial da Kroma.

Toda essa energia proveniente de fontes renováveis e revertida em economia, pode ser registrada e certificada com a emissão de I-REC's. Com reconhecimento internacional, os I-REC's são uma documentação necessária para comprovar que a energia elétrica consumida é proveniente de fontes limpas, certificando e valorizando ainda mais o condomínio. 

Por meio da Portaria Normativa Nº 50/2022, o Ministério de Minas e Energia possibilitou, desde janeiro de 2024, a opção de migração de todos os consumidores classificados como Grupo A (de alta e média tensão, que possuem demanda igual ou superior a 500 kW), para o Ambiente de Contratação Livre (ACL), mais conhecido como Mercado Livre de Energia no Brasil.

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