GÁS NATURAL

Preço do Gás Natural dispara 99,82% em Garanhuns e 94,11% Petrolina

O custo do abastecimento das redes locais da Copergás subiu e hoje é quase três vezes maior do que o custo do produto em outras regiões do país

Publicado em: 21/06/2024 05:25

A Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) registrou, em nota técnica, o aumento de 94,11% do preço do gás para Petrolina e de 99,82% para Garanhuns (Foto: Arquivo Agência Brasil)
A Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) registrou, em nota técnica, o aumento de 94,11% do preço do gás para Petrolina e de 99,82% para Garanhuns (Foto: Arquivo Agência Brasil)
O preço do Gás Natural Liquefeito (GNL) usado para atender os municípios de Garanhuns e Petrolina, no primeiro semestre deste ano, foi quase três vezes maior do que o custo do gás natural vendido no resto do país. De acordo com a associação Abrace Energia, o aumento desse preço foi motivado pela quebra do contrato entre a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) e NewFortress, em dezembro de 2023. Após o distrato, o fornecimento do produto ficou a um preço fixo de 6,4156 R$/m³ para os meses de janeiro e fevereiro de 2024.
 
Diante dessa situação, a Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) registrou, em nota técnica, o aumento de 94,11% do preço do gás para Petrolina e de 99,82% para Garanhuns. Antes do encerramento do contrato, o preço do Gás Natural em janeiro seria de 3,3051 R$/m³ para Petrolina e 3,2106 R$/m³ para Garanhuns.
 
Após a conclusão das obrigações contratuais com a NewFortress, a Copergás contratou, para o período de março a julho, o produto com outro fornecedor, permanecendo com a média de preços acordados com a empresa anterior.
 
A Abrace Energia, associação que defende a importância da energia a preços competitivos, questionou a Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) sobre o aumento dos preços. Porém, a agência afirmou não ter, por medida contratual, gerência sobre os preços praticados pelos fornecedores da Copergás e que esse cenário de aumento de preços do Gás Natural ‘se tratou de ajustamento de preço praticado pelo mercado situacional decorrente, notadamente, de externalidades no cenário mundial’.
 
O diretor de Gás Natural da Abrace Energia, Adrianno Lorenzon, revela que após a finalização desse contato, no mês de fevereiro, o preço do gás triplicou de valor e não foi apresentada nenhuma solução para esse problema aos consumidores. “A gente não sabe como vai continuar o fornecimento desse gás para as unidades que são bancadas. Não nos parece fazer sentido o atendimento às cidades com GNL a esse preço. Seria melhor dar um passo atrás e voltar para o que era antes, que era o atendimento com GLP (gás de cozinha) porque não é sustentável se pagar o triplo do preço do gás”, aponta Lorenzon.
 
Para a Abrace, aumentar a competitividade com um olhar mais cauteloso sobre a política pública dos preços praticados em Pernambuco é importante neste período em que o estado tem investido em sua reindustrialização, com a conexão Polo Gesseiro do Araripe, por exemplo.
 
Questionada sobre o preço do Gás Natural praticado nos municípios de Garanhuns e Petrolina, a Copergás afirma em nota que “Não há diferenciação nas tarifas cobradas entre as cidades pernambucanas”. Ainda de acordo com a Companhia, a Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) realiza a revisão das tarifas trimestralmente, garantindo uniformidade em todas as localidades do estado.
 
“A última atualização das tarifas foi realizada em 01 de maio de 2024, conforme autorizado pela Arpe. Esta revisão é parte de um procedimento regular que considera as variações no preço do insumo fornecido pelos supridores de gás natural, refletindo as oscilações no mercado nacional e internacional. É importante destacar que Pernambuco conseguiu manter uma das tarifas mais baixas do país, mesmo com as variações de preço dos supridores.”, finaliza. 
 
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL