A junta militar dos golpistas do Gabão comunicou que o general Brice Oligui Nguema, que derrubou o presidente, Ali Bongo Ondimba, tomará posse como "presidente de transição" na próxima segunda-feira, perante o Tribunal Constitucional. “Haverá também a criação progressiva de instituições de transição e o país respeitará todos os seus compromissos externos e internos", disse na emissora estatal o coronel Ulrich Manfoumbi Manfoumbi, porta-voz do Comitê de Transição e Restauração das Instituições (CTRI), que reúne todos os comandantes das forças armadas gabonesas.
Manfoumbi acrescentou que Oligui também deu instruções a todos os secretários-gerais, gabinetes ministeriais, diretores-gerais e a todos os responsáveis dos serviços do Estado para que assegurem o reinício efetivo imediato do trabalho e a continuação do funcionamento de todos os serviços públicos.
A principal plataforma da oposição gabonesa, Alternância 2023, apelou às forças militares que derrubaram Ondimba para concluírem a contagem dos boletins de voto, a fim de reconhecerem a "vitória" do seu candidato, Albert Ondo Ossa, 69 anos. A Alternância 2023 ainda convidou as forças de defesa e segurança para discutir a situação num quadro patriótico e responsável e encontrar a melhor solução para "permitir que o país saia mais forte desta situação".
O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) se reúne hoje para analisar a situação no Gabão. Já o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, condenou veementemente a tentativa de golpe de Estado no Gabão.
Enquanto isso, os golpistas afirmam que não houve transparência no processo eleitoral e acusaram o Governo de dirigir o país de forma irresponsável e imprevisível, prejudicando assim a coesão social.