A embaixada de Israel protestou nesta terça-feira (17/10) contra uma resolução do Partido dos Trabalhadores (PT) que acusa Israel de "genocídio" e "crimes de guerra".
"É muito lamentável que um partido que defende os direitos humanos compare a organização terrorista Hamas, que vai de casa em casa para assassinar famílias inteiras, com o que o governo israelense está fazendo para proteger os seus cidadãos", publicou a embaixada de Israel em Brasília em sua conta no X, antigo Twitter.
"Deve ser feita uma forte separação entre a organização terrorista Hamas e os palestinos", acrescentou a representação diplomática, em resposta à resolução divulgada na véspera pelo PT.
O partido condena no texto o que chama de "ataques inaceitáveis, assassinatos e sequestro de civis cometidos tanto pelo Hamas quanto pelo Estado de Israel, que realiza um genocídio contra a população de Gaza, por meio de um conjunto de crimes de guerra".
Após a reação da embaixada, o PT divulgou um comunicado considerando "totalmente falsa e maliciosa a interpretação" da sua resolução e responsabilizando Israel pelo bombardeio de hoje a um hospital de Gaza.
“Quem representa no Brasil o governo que fez um ataque dessa natureza não tem autoridade moral para falar em direitos humanos", continuou o partido.
O grupo islamita palestino Hamas culpa Israel pelo bombardeio, e o Exército israelense atribui a autoria do mesmo a “um lançamento fracassado” da Jihad Islâmica, outra organização palestina que atua naquele enclave.
Desde o ataque do Hamas no último dia 7 e o início da retaliação de Israel na Faixa de Gaza, Lula tem dialogado com líderes internacionais para defender o fim das hostilidades e a abertura de um corredor humanitário para retirar civis de Gaza. Em notas oficiais, o presidente brasileiro condenou "os atos terroristas cometidos pelo Hamas".
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Líderes da direita acusaram Lula de não ter sido mais enérgico em sua condenação ao Hamas, que não é classificado como terrorista pelo governo brasileiro. O Ministério das Relações Exteriores explicou que segue a classificação do Conselho de Segurança da ONU, que não considera o Hamas um grupo terrorista, ao contrário dos Estados Unidos e da União Europeia.
A diplomacia israelense também criticou nos últimos dias as declarações de ministros da ala de esquerda radical do governo espanhol, que pediram que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fosse denunciado ao Tribunal Penal Internacional por "crimes de guerra" e "tentativa de genocídio" em Gaza.
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Israel também teve uma interação tensa com a Colômbia, após classificar de antissemitas as declarações do presidente de esquerda, Gustavo Petro, que se manifestou em redes sociais contra o conflito e em favor da causa palestina.