ORIENTE MÉDIO

Israel prepara invasão de Gaza: saiba últimas notícias da guerra entre israelenses e o Hamas

As tropas aguardam a ordem de entrar em ação para cumprir o objetivo de destruir o Hamas, que governa Gaza desde 2007, informaram porta-vozes do exército
Por: AFP

Publicado em: 15/10/2023 16:42 | Atualizado em: 15/10/2023 17:04

Israel concentra tropas perto da Faixa de Gaza  (YURI CORTEZ / AFP

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Israel concentra tropas perto da Faixa de Gaza (YURI CORTEZ / AFP )
Israel continua concentrando tropas perto da Faixa de Gaza neste domingo (15), em preparação para uma invasão do enclave palestino, onde os bombardeios desencadeados após a ofensiva do Hamas já deixaram mais de 2.600 mortos e um milhão de deslocados.

O Exército israelense insta desde sexta-feira (13) os 1,1 milhão de habitantes do norte de Gaza a partirem rumo ao sul, em vista de uma possível incursão no enclave, atualmente sitiado por dezenas de milhares de soldados.
 
Palestinos saindo de Gaza (MAHMUD HAMS / AFP)
Palestinos saindo de Gaza (MAHMUD HAMS / AFP)
 

As tropas aguardam a ordem de entrar em ação para cumprir o objetivo de destruir o Hamas, que governa Gaza desde 2007, informaram porta-vozes do exército.

O enclave de 362 km², onde vivem mais de 2,3 milhões de habitantes, é cenário de bombardeios diários desde a ofensiva lançada pelo Hamas contra Israel em 7 de outubro.

O ataque, o mais mortal que Israel sofreu desde sua criação em 1948, deixou mais de 1.400 mortos, em sua maioria civis, segundo o exército.

Os comandos do Hamas, organização classificada como terrorista pelos Estados Unidos, União Europeia (UE) e Israel, também capturaram 155 pessoas que mantêm como reféns.

Em Gaza, os bombardeios até agora mataram 2.670 pessoas, incluindo mais de 700 crianças, de acordo com as autoridades locais.
 
Bombardeio israelense em Gaza (MAHMUD HAMS / AFP
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Bombardeio israelense em Gaza (MAHMUD HAMS / AFP )
 

- "Catástrofe humanitária inédita" -
 
Os ultimatos de Israel para evacuar o norte do território provocaram um deslocamento "em massa" da população, indicou o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

Segundo a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), há cerca de um milhão de deslocados e esse número ameaça aumentar.

Após a incursão do Hamas, Israel impôs um "cerco total" ao enclave, cortando o fornecimento de água, eletricidade e alimentos para a Faixa e Gaza, que já estava sob um bloqueio estrito desde 2006

O ministro de Energia de Israel, Israel Katz, anunciou neste domingo que o fornecimento de água foi restaurado para o sul do enclave.

A ajuda humanitária, vinda de vários países, está acumulada na fronteira do Egito, disseram testemunhas à AFP.

O Egito controla a única passagem terrestre para Gaza que não está sob controle israelense, o posto de Rafah, que permanece fechado, deixando os habitantes de Gaza literalmente encurralados no enclave.

A UNRWA afirmou que uma "catástrofe humanitária sem precedentes" está ocorrendo em Gaza.

"Nenhuma gota de água, nenhum grão de trigo, nenhum litro de combustível foi autorizado a entrar em Gaza nos últimos oito dias", afirmou Philippe Lazzarini, chefe da UNRWA.

O papa Francisco afirmou em sua tradicional oração dominical do Angelus que era "urgente e necessário garantir corredores humanitários e socorrer a população" de Gaza.

Milhares de residentes estão fugindo desde sexta-feira para o sul entre ruínas e com seus pertences amontoados apressadamente em reboques, carrinhos, motos e carros.

Mas a parte sul do enclave também está sendo alvo de bombardeios, de acordo com os habitantes, e seus hospitais estão sobrecarregados.

Do outro lado da fronteira, os israelenses também estão se deslocando para áreas mais seguras.

- Risco de conflito regional -
 
A situação em Gaza preocupa tanto pelo aspecto humanitário quanto pelo potencial de provocar uma conflagração regional.

A Liga Árabe e a União Africana afirmaram em um comunicado conjunto que uma invasão da Faixa de Gaza "poderia levar a um genocídio de proporções sem precedentes".

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Husein Amir Abdollahian, advertiu que "ninguém poderá garantir" o controle da situação se Israel invadir Gaza.

Os Estados Unidos têm apoiado com firmeza Israel, mas também expressaram preocupação com a situação em Gaza e temem que o conflito se espalhe.

Washington enviou dois porta-aviões ao Mediterrâneo oriental "para dissuadir ações hostis contra Israel", anunciou o secretário de Defesa americano, Lloyd Austin.

O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, alertou para um possível "envolvimento direto" do Irã. "Temos que nos preparar para qualquer eventualidade", enfatizou.

O Irã é o inimigo número um de Israel e apoia o movimento libanês Hezbollah, que indicou na sexta-feira estar "preparado" para se juntar ao Hamas quando necessário.

A tensão está aumentando no sul do Líbano, na fronteira com Israel, onde um foguete atingiu neste domingo o quartel-general dos capacetes azuis da ONU (Finul).

O Exército israelense anunciou no sábado que matou "vários terroristas" que tentavam se infiltrar em seu território a partir dessa área e o Hamas reivindicou neste domingo duas infiltrações vindas do Líbano.

Pelo menos 10 pessoas morreram até agora no sul do Líbano, cenário de duelos de artilharia. Outras duas morreram em Israel.

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou que seu país "não está interessado" em abrir uma frente de batalha com o Líbano.

- "Estão prontos?" -

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, visitou as tropas posicionadas perto de Gaza no sábado e avisou que a ofensiva ainda está longe de terminar.

"Estão preparados para o que está por vir? Vai continuar", declarou em seu discurso às tropas.

O Exército israelense já realizou incursões no enclave, onde encontrou alguns "cadáveres" dos reféns sequestrados. O Hamas afirmou que 22 "prisioneiros" morreram nos bombardeios israelenses.

O Exército israelense comunicou no fim de semana que matou três comandantes do Hamas envolvidos na ofensiva de 7 de outubro.

Segundo o porta-voz militar Richard Hecht, o chefe do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, considerado o cérebro dessa operação, é o próximo alvo.

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