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Netanyahu alerta israelenses para uma guerra ''longa e difícil''

Cerca de mil pessoas morreram em dois dias de guerra entre Israel e o Hamas. Exército israelense anunciou que evacuará habitantes de áreas próximas a Gaza

Conflito entre Israel e o Hamas completa dois dias com centenas de mortos dos dois lados

Cerca de mil pessoas – 600 em Israel e quase 400 em Gaza – morreram em dois dias de guerra entre Israel e o movimento islâmico Hamas, que capturou uma centena de israelenses em uma ofensiva que pegou o Estado judeu de surpresa. “O inimigo ainda está no terreno”, disse o Exército de Israel neste domingo (8) à noite. 

 

O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, pediu aos israelenses que se preparassem para uma guerra “longa e difícil” e o Exército anunciou que evacuará todos os habitantes das áreas próximas da Faixa de Gaza.

 

A ofensiva lançada no sábado por terra, mar e ar pelo Hamas, que governa Gaza, deixou até agora mais de 600 mortos e 2.000 feridos em Israel, 200 deles em “estado crítico”, informou o governo.

 

Os bombardeios lançados em resposta por Israel contra Gaza causaram 370 mortos e 2.200 feridos, indicou o Ministério da Saúde do enclave palestino. O governo israelense também indicou que o Hamas capturou “mais de 100” pessoas no seu ataque, tomando-as como “prisioneiras”.

 

Matar cada terrorista

Israel enviou dezenas de milhares de soldados com a missão de "libertar reféns" e "matar cada terrorista presente em Israel", disse o porta-voz do Exército, Daniel Hagari.

Entrevistas com cidadãos em busca de familiares desaparecidos decorreram este domingo na rádio e na televisão israelenses. Alguns disseram tê-los visto em vídeos que circulavam nas redes sociais que mostravam pessoas sequestradas pelo Hamas em Gaza.

Yifat Zailer, de 37 anos, disse que reconheceu sua prima e os filhos dela, de nove meses e três anos, em um desses vídeos. “É a única confirmação que temos” sobre eles, disse ela por telefone à AFP, angustiada.

 

O embaixador de Israel em Washington, Michael Herzog, disse que cidadãos americanos estavam entre os sequestrados. Várias pessoas com dupla nacionalidade alemã e israelense também foram capturadas, indicaram fontes governamentais em Berlim.

A ministra das Relações Exteriores do México, Alicia Bárcena, informou na rede social X que um homem e uma mulher mexicanos "foram supostamente tomados como reféns pelo grupo Hamas, em Gaza".

 

Vários países, incluindo a Polônia e o Brasil, anunciaram que iriam enviar aviões especiais a Israel para repatriar os seus cidadãos.  As companhias aéreas internacionais cancelaram dezenas de conexões aéreas com Tel Aviv desde sábado.

 

Tensão internacional

O Conselho de Segurança da ONU realizará neste domingo uma reunião de emergência sobre a situação no Oriente Médio, convocada pelo Brasil, que neste mês ocupa a presidência da organização. 

 

O ataque do Hamas foi condenado pelos Estados Unidos e por vários países europeus e latino-americanos. O presidente dos EUA, Joe Biden, ordenou “apoio adicional” a Israel “face a este ataque terrorista sem precedentes do Hamas”.

 

O papa Francisco pediu “que os ataques parem”, porque “o terrorismo e a guerra não levam a nenhuma solução, apenas à morte e ao sofrimento de tantas pessoas inocentes”. 

 

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, declarou que “o Irã apoia a defesa legítima da nação palestina”. 

 

Netanyahu anunciou a suspensão do fornecimento de eletricidade, alimentos e outros bens de Israel para Gaza. 

O Programa Mundial de Alimentos da ONU (PMA) disse estar “profundamente preocupado” com essas medidas no enclave muito pobre de 2,3 milhões de habitantes, sujeito a um rígido bloqueio israelense há mais de 15 anos.

 

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