O Alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, declarou apoio ao secretário-geral das Nações Unidas em sua decisão de invocar o artigo 99 da Carta da ONU.
Borrell pediu aos membros da União Europeia do Conselho de Segurança da ONU uma ação imediata para evitar um colapso total da situação humanitária na Faixa de Gaza.
Pela primeira vez desde que assumiu a liderança das Nações Unidas, em 2017, o secretário-geral da ONU, António Guterres, invocou na quarta-feira (6) o artigo 99º da Carta das Nações Unidas. O artigo 99.º possibilita o secretário-geral a levar ao Conselho de Segurança qualquer situação que, em sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e segurança internacionais. Guterres explicou a decisão: “Exorto o Conselho a ajudar a evitar uma catástrofe humanitária e o grave risco de colapso do sistema humanitário em Gaza e apelo à declaração de um cessar-fogo humanitário”.
Israel acusa Guterres de "perigo à paz mundial"
Por sua vez, o governo de Israel acusou o secretário-geral da ONU, António Guterres, de "um novo nível de baixeza moral" após o seu apelo inédito ao Conselho de Segurança por um cessar-fogo em Gaza e avaliou o seu mandato como “um perigo para a paz mundial".
"Isto é mais uma prova da distorção moral do secretário-geral e do seu preconceito contra Israel. O apelo do secretário-geral a um cessar-fogo é, na verdade, um apelo à manutenção do reinado de terror do Hamas em Gaza", argumentou Gilad Erdan, embaixador israelita na ONU.
"Apelo mais uma vez ao secretário-geral para que se demita imediatamente. A ONU precisa de um secretário-geral que apóie a guerra contra o terrorismo, e não de um secretário-geral que atue de acordo com a bandeira do Hamas", acrescentou Erdan, que em outras ocasiões já pediu a demissão de Guterres.