ORIENTE MÉDIO

Em curso impasses e negociações para cessar-fogo em Gaza e libertação de reféns

Um alto representante do Hamas Basem Naim, declarou que o grupo não está receptivo às negociações

Publicado em: 19/12/2023 16:03 | Atualizado em: 19/12/2023 16:27

Um alto representante do Hamas Basem Naim (foto: Rodger Bosch/AFP)
Um alto representante do Hamas Basem Naim (foto: Rodger Bosch/AFP)

Nesta terça-feira (19), um alto representante do Hamas Basem Naim, declarou que o grupo não está receptivo a negociar a libertação de mais reféns enquanto o conflito durar, mas está disponível para conversações que visem o seu fim.  "Afirmamos a nossa posição de rejeitar categoricamente a realização de qualquer forma de negociação sobre a troca de prisioneiros no âmbito da guerra genocida israelita que continua. Estamos, no entanto, abertos a qualquer iniciativa que contribua para pôr termo à agressão contra o nosso povo e abrir as passagens para trazer ajuda e proporcionar alívio ao povo palestino", indicou Naem.

 

Por outro lado, o presidente israelita, Isaac Herzog, disse durante uma reunião com embaixadores que seu país está pronto para nova pausa humanitária em Gaza para que mais reféns israelitas sejam libertados. "Israel está pronto para uma nova pausa humanitária e para deixar entrar mais ajuda, de modo a permitir a libertação de reféns", afirmou.

 

Enquanto isso, antes da nova votação prevista para hoje do Conselho de Segurança da ONU sobre um cessar-fogo e a entrada de ajuda essencial em Gaza, acontecem intensas negociações nas Nações Unidas entre os diplomatas. A votação ocorreria na segunda-feira (18), mas foi adiada para dar mais tempo às negociações. No centro das conversações está a redação de um texto que poderia obter o "sim" dos Estados Unidos ou pelo menos uma abstenção, o que permitiria a aprovação da medida.

 

Mas, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, afirmou que os EUA estão trabalhando com os parceiros do Conselho de Segurança numa resolução sobre a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Miller assegurou que uma resolução que responda na totalidade às necessidades humanitárias da população da Faixa de Gaza seria bem recebida pela administração Biden.

O porta-voz ainda acrescentou que os EUA ficariam satisfeitos se a China assumisse um "papel construtivo" na resolução dos problemas dos ataques do grupo Houthis a navios no Mar Vermelho.

 

 

Gaza é um "fiasco moral" da comunidade internacional

 

Por sua vez, a presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC), Mirjana Spoljaric, fez novamente duras críticas sobre o conflito após suas viagens a Israel e a Gaza. "Tenho falado de fiasco moral porque cada dia que isto continua é mais um dia em que a comunidade internacional não se mostrou capaz de pôr fim a níveis elevados de sofrimento. Isso terá um impacto nas gerações futuras, não só em Gaza", avaliou Spoljaric.

 

"Não há nada sem um acordo entre as duas partes, por isso espero que continuem a negociar e a dar o espaço de que precisamos para operacionalizar as libertações de  reféns e detidos", explicou.


Tags: cessar-fogo | gaza | hamas | israel | guerra |

COMENTÁRIOS

Os comentários a seguir não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.