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EUA anunciam exercícios aéreos militares na Guiana

A Venezuela alega que Essequibo faz parte de seu território

Ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, mostrando um mapa da Venezuela com parte do território da Guiana

Os Estados Unidos farão exercícios aéreos militares na Guiana, em meio às tensões entre Georgetown e Caracas por uma disputa territorial e após o desaparecimento de um helicóptero guianense na fronteira com a Venezuela, anunciou a embaixada americana nesta quinta-feira (7). 

 

"Em colaboração com as Forças de Defesa da Guiana, o Comando Sul dos Estados Unidos conduzirá operações de voo dentro da Guiana em 7 de dezembro", informa um comunicado divulgado pela embaixada americana na Guiana. 

 

O texto acrescenta que "esse exercício se baseia em compromissos e operações de rotina para melhorar a associação de segurança entre os Estados Unidos e a Guiana e fortalecer a cooperação regional".

 

O anúncio dos Estados Unidos se dá quatro dias depois de um referendo realizado na Venezuela sobre o território de Essequibo, o que intensificou ainda mais as tensões entre os dois países que disputam há mais de um século essa área rica em petróleo e administrada por Georgetown. 

 

Os Estados Unidos disseram, ainda, que vão continuar sua "colaboração" com as Forças Armadas da Guiana "nas áreas de preparação para desastres, segurança aérea e marítima e luta contra as organizações criminosas transnacionais".

 

Na quarta-feira, o governo da Venezuela acusou o presidente da Guiana, Irfaan Ali, de dar "sinal verde" às bases militares dos Estados Unidos em Essequibo. 

 

"De maneira irresponsável, deu sinal verde à presença do Comando Sul dos Estados Unidos no território da Guiana Essequiba, sobre o qual a Guiana mantém uma ocupação de facto", afirma um comunicado divulgado pela Chancelaria, referindo-se a Ali. 

 

A Venezuela alega que Essequibo faz parte de seu território, como em 1777, quando era colônia da Espanha, e apela ao acordo de Genebra. Este último foi assinado em 1966, antes da independência da Guiana do Reino Unido, lançando as bases para uma solução negociada e anulando um laudo de 1899 que definia os limites atuais. 

 

A Guiana defende esse laudo e pede que seja ratificado pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), cuja jurisdição é desconhecida pelo governo da Venezuela. 

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