O primeiro-ministro de Israel prometeu hoje uma “operação poderosa” em Rafah, após a saída dos civis desta cidade no sul da Faixa de Gaza. "Lutaremos até a vitória completa, e isto inclui uma ação poderosa em Rafah, depois de termos permitido que a população civil abandone as zonas de combate", garantiu Netanyahu.
Israel planeja um ataque a Rafah, junto à fronteira com o Egito, apesar dos apelos e avisos dos aliados e organizações internacionais, alarmadas com potenciais consequências humanitárias. As organizações estimam que estejam deslocados nesta cidade aproximadamente entre 1,3 a 1,5 milhões de palestinos, vindos do centro e norte da Faixa de Gaza, na sequência dos ataques do exército israelita contra posições do Hamas nessas regiões do enclave.
Netanyahu também revelou que o Hamas não apresentou nenhuma nova solução para um acordo de reféns em Gaza nas negociações que decorrem no Cairo esta semana, acrescentando que não concorda com as atuais exigências. "Israel não recebeu nenhuma nova proposta do Hamas para libertar os nossos reféns. Israel não vai capitular perante as exigências ridículas do Hamas. Uma mudança nas posições do Hamas tornará possível avançar nas negociações", informou o governo israelita.
França e Alemanha condenam ação militar em Rafah
O gabinete do presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou em um comunicado que Macron telefonou para o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e expressou a sua firme oposição a uma possível ofensiva militar israelita em Rafah, no sul de Gaza. "Isso só poderá levar a uma catástrofe humanitária de uma nova magnitude e à deslocação forçada de populações, o que constituiria uma violação dos direitos humanos internacionais e traria um risco adicional de escalada regional", disse o líder francês.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, endossou as declarações de Macron. . "1,3 milhões de pessoas estão à espera num lugar pequeno. Não têm mesmo mais para onde ir. Se o exército israelita lançar uma ofensiva em Rafah nestas condições será uma catástrofe humanitária", alertou Baerbock, que se encontra em Jerusalém.