RÚSSIA

Viúva de Navalny acusa Putin de liderar uma "gangue criminosa"

Segundo Yulia, o presidente russo tem amigos e associados a "líderes da máfia" e a batalha contra ele precisa ser travada pelo combate ao crime organizado

Publicado em: 28/02/2024 12:49 | Atualizado em: 28/02/2024 12:53

Viúva do principal crítico do Kremlin, Alexei Navalny, Yulia Navalnaya (Foto: YVES HERMAN / POOL / AFP)
Viúva do principal crítico do Kremlin, Alexei Navalny, Yulia Navalnaya (Foto: YVES HERMAN / POOL / AFP)
Nesta quarta-feira (28), a viúva de Alexei Navalny, Yulia Navalnaya, discursou no Parlamento Europeu e acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de ser o líder de uma “gangue criminosa”. 
 
Navalnaya disse que Putin tem amigos e associados a "líderes da máfia" e que a batalha contra ele precisa ser travada através do combate ao crime organizado. “Só poderá ser atingido caso se investigue aqueles que o ajudam a esconder o seu dinheiro. Não será com sanções que conseguimos impedir Putin de avançar. Não conseguimos derrotá-lo pensando que é um homem de princípios. Não é o caso, e o Alexei já tinha percebido isso há muito tempo. Não estamos lidando com um político, mas sim com um monstro”, afirmou.
 
Para Navalny também nada surtiu efeito ao presidente da Rússia em relação à guerra da Ucrânia. "Já se recorreu a tudo: dinheiro, sanções, armas, nada está funcionando. E o pior aconteceu: toda a gente se habituou à guerra. Putin deverá responder por aquilo que fez ao nosso país, por aquilo que fez a um país vizinho, a um país pacífico. Deverá responder por tudo o que fez a Alexei Navalny", acrescentou.
 
Em suas declarações, Yulia Navalnaya ainda reiterou a acusação de que Putin mandou matar o seu marido. "Sob as suas ordens, foi torturado durante três anos. Passou fome numa pequena cela de cimento. Não podia receber visitas, nem telefonemas, nem sequer cartas. Este assassinato público mostrou que Putin é capaz de tudo e que não podemos negociar com ele. Mas mesmo com o bloqueio de Putin, Alexei conseguiu fazer passar projetos e criar o pânico no Kremlin. Se queremos derrotar Putin temos de inovar. O meu marido nunca verá como vai ser bela a Rússia do futuro, mas nós sim. Darei o meu melhor para tornar o seu sonho em realidade", destacou.

A presidente do Parlamento Europeu apontou Alexei Navalny como o representante da esperança em dias melhores e numa Rússia livre para muitos, no país e no exterior. "Se a História nos ensina alguma coisa, é que os pilares da autocracia, no final, sempre desmoronam sob o peso da sua própria corrupção e do desejo inerente das pessoas em viver livremente. Quando inevitavelmente o fizerem, será graças a Alexei e sua família", afirmou Roberta Metsola.

Funeral de Alexei

A equipe do opositor de Putin anunciou hoje que o funeral de Navalny está previsto de acontecer em Moscou, na próxima sexta-feira. No entanto, Yulia admitiu receio de que o funeral possa se tornar violento. "Não estou certa ainda se será pacífico ou se a polícia irá deter aqueles que vão se despedir do meu marido", avaliou.
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