Sob vigilância policial, milhares de pessoas comparecem ao funeral de Navalny

Nesta sexta-feira (1), o velório de Alexei Navalny, principal opositor do presidente russo Vladimir Putin, ocorreu em uma igreja nos arredores de Moscou e o enterro no cemitério Borisovsky, que contou com a presença de uma multidão de apoiadores, sobretudo jovens, em seu último adeus ao ativista.

 

Antes mesmo do inicio do funeral milhares de pessoas já se aglomeravam em frente à igreja a espera da chegada do corpo de Navalny e na extensa fila no local também se encontravam diversos diplomatas ocidentais, de acordo com as agências internacionais de notícias. Quando o caixão foi retirado, a multidão ovacionou e entoaram a canção "Não tiveste medo, nós não temos medo".

Durante o cortejo fúnebre se ouviram várias palavras de ordem: “Não à guerra!”,  "Putin é um assassino"  e “A Rússia será livre!”. Navalny foi enterrado ao som da música My Way, porque, segundo Leonid Volkov, um dos seus amigos mais próximos, essa era uma de suas canções preferidas. 

 

Apesar do público não ter sido autorizado pela polícia a entrar no cemitério durante o enterro, do lado de fora muitos ainda gritaram “Nos deixem nos despedir”, mas foi possível ver o que se passava por entre as grades do murro. Depois do sepultamento, um membro da Fundação Anti-Corrupção de Navalny, comunicou que os portões do cemitério foram abertos.

“Após inúmeros incidentes relacionados com a entrega do corpo à família e mais de uma semana após a sua morte, todos os apelos para uma despedida pública foram recusados e as ações em sua homenagem reprimidas pelas autoridades, o que levou à detenção de cerca de 400 pessoas”, disse a Organização de Direitos Humanos russa (OVD-Info)

A OVD-Info declarou que hoje 45 pessoas foram presas, em toda a Rússia, em eventos que assinalam a morte de Navalny.

 

A esposa de Alexei, Yulia Navalnaya e seus dois filhos, atualmente não vivem na Rússia e, por isso não puderam comparecer ao funeral, uma vez que Yulia corre o risco de ser detida por auxiliar a Fundação Anti-Corrupção de Navalny, considerada “extremista” pelo regime de Putin.