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ONU apela pelo Sudão, que completa hoje um ano de guerra

O secretário-geral da organização, António Guterres, defendeu uma solução política para travar o "horror" no país africano


O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou hoje que o mundo tem se concentrado na escalada das tensões no Oriente Médio e esquecido do povo sudanês, defendendo uma solução política para travar o "horror" no país africano, assinalando um ano de guerra no país. A ONU estima em 3,8 bilhões de dólares a ajuda necessária ao Sudão.
 
A guerra no Sudão eclodiu em 15 de abril de 2023 na sequência de tensões sobre a reforma do exército e a integração de paramilitares nas forças armadas. O conflito já causou milhares de mortos, quase nove milhões de deslocados e uma catástrofe humanitária.
 
Segundo o líder das Nações Unidas, por mais preocupantes que sejam os desenvolvimentos na região do Oriente Médio, outras emergências dramáticas de vida ou morte estão sendo empurradas para as sombras, mas que não podem ficar em segundo plano. "O mundo está se esquecendo do povo do Sudão. E os ataques indiscriminados que matam, ferem e aterrorizam civis podem constituir crimes de guerra e crimes contra a humanidade", declarou.
 
Guterres também advertiu ainda para mais uma provável onda de refugiados sudaneses para a Europa caso não seja fornecida ajuda humanitária.
 
No entanto, após o apelo das Nações Unidas, a França e seus aliados anunciaram, depois de uma conferência internacional para coordenar os esforços de mediação para acabar com o conflito, mobilizar mais de 2 bilhões de dólares para aliviar a grave crise humanitária no Sudão, que afeta 25 milhões de pessoas, que é mais da metade da população. 
 
O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que essa ajuda vai poder responder às necessidades mais urgentes da população. 
 
No período de um ano, não houve ainda nenhum sinal sólido para um entendimento entre as partes beligerantes e o país vive uma catástrofe humanitária. A investigadora e analista sudanesa, Raga Makawi, lamentou não estar "otimista" em relação a um cessar-fogo.

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