Rússia e Coreia do Norte assinam acordo estratégico

Nesta quarta-feira, o presidente da Rússia, Vladimir Putin e o líder norte-coreano, Kim Jong-um, assinaram um acordo de parceria estratégica que implica em assistência militar mútua em caso de ataque a um dos dois países. 

 

"Aprecio o apoio da Coreia do Norte às políticas de Moscou. A Rússia e a Coreia do Norte estão ligadas há várias décadas por uma amizade sólida e uma vizinhança próxima. Apreciamos muito o seu apoio sistemático e permanente à política russa, incluindo no que se refere à questão ucraniana. Moscou a lutar contra a política hegemônica e imperialista dos Estados Unidos e dos seus aliados", afirmou Putin a Jong-um.

O dirigente norte-coreano, por sua vez, disse que as relações entre Rússia e Coreia do Norte estão entrando num período de nova e elevada prosperidade. 

 

"Agora, a situação no mundo está se tornando mais complicada e mudando rapidamente. Nestas circunstâncias, pretendemos fortalecer ainda mais a nossa comunicação estratégica com a Rússia, com a liderança russa. A Coreia do Norte expressa o seu apoio e solidariedade totais ao Governo russo, Exército e pessoas que estão realizando a operação militar especial na Ucrânia para protegerem a sua soberania, interesses de segurança e integridade territorial", anunciou Jong-um

Após quase 25 anos, Putin visita Pyongyang, onde foi recepcionado com honras e uma cerimônia solene, na praça principal da capital, decorada com um painel com enormes retratos dos dois dirigentes, e uma multidão com flores e balões ao som de uma orquestra militar.

 

De acordo com as agências estatais russas de notícias, o líder do Kremlin também elogiou a cooperação entre os dois países, ao declarar que se baseia nos princípios da igualdade e do respeito mútuo dos interesses, e anunciou que um novo documento fundamental das relações bilaterais a longo prazo já estava finalizado. Entretanto, a agência Interfax avançou que já foi assinado. “O documento inclui um acordo de parceria estratégica abrangente" que será condicionado pela "evolução profunda da situação geopolítica mundial", segundo o Parlamento russo.

 

Em contrapartida, o encontro causa preocupação na comunidade internacional e os EUA e aliados temem que Moscou possa ajudar o governo de Pyongyang a aprimorar o seu programa nuclear e sistemas de mísseis, além de recear que a Coreia do Norte, além disso, forneça aos russos grandes quantidades de mísseis e munições.