PANE

Apagão cibernético afeta voos e telecomunicações no mundo

Uma pane de escala global afetou voos e telecomunicação no mundo; Não há registros de voos atrasados no Brasil
Por: AFP

Publicado em: 19/07/2024 07:11 | Atualizado em: 19/07/2024 09:15

 (Foto: TED ALJIBE / AFP
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Foto: TED ALJIBE / AFP

 

Uma grande falha nos sistemas de TI afetou várias atividades nesta sexta-feira (19) ao redor do planeta, incluindo as operações de companhias aéreas internacionais, empresas ferroviárias e do setor de telecomunicações.

 

As principais companhias aéreas dos Estados Unidos, incluindo Delta, United e American Airlines, suspenderam os voos no início da manhã devido a "problemas de comunicação", informou a Administração Federal de Aviação (FAA).

 

Problemas similares afetaram os aeroportos de Berlim, na Alemanha, Amesterdã-Schiphol, nos Países Baixos, Hong Kong, assim como todos os aeroportos na Espanha, anunciaram os administradores dos terminais aeroportuários destes países.

 

BANCOS FORA DO AR 

 

No Brasil, segundo o site Downdetector, clientes reclamam de instabilidades nos bancos Pan, Bradesco, Neon e Next. 

 

 

 

Na Suíça, o aeroporto de Zurique, o maior do país, também suspendeu os pousos até nova ordem.

 

Os aeroportos de Pequim não foram afetados, segundo a imprensa estatal chinesa.

 

Além de companhias aéreas e dos aeroportos, o apagão cibernético também afetou hospitais nos Países Baixos, a Bolsa de Valores de Londres e o sistema ferroviário britânico.

 

A programação do canal britânico Sky News foi interrompida. Na Austrália, o canal nacional ABC anunciou que seus sistemas foram afetados por uma falha "grave".

 

Segundo a agência francesa de segurança cibernética, ANSSI, "não há evidência que sugira que esta interrupção foi provocada por um ciberataque".

 

A empresa australiana de telecomunicações Telstra indicou que os cortes foram provocados por "problemas globais" que afetaram o software fornecido pela Microsoft e pela empresa de segurança cibernética CrowdStrike. 

 

A autoridade nacional de segurança cibernética da Austrália afirmou que o "apagão em larga escala" estava relacionado com uma "plataforma de software de terceiros" e que ainda não tinha informações que sugerissem o envolvimento de hackers no incidente global.

 

Em um comunicado, a empresa americana Microsoft afirmou que estava adotando "medidas" para solucionar a situação. "Os nossos serviços continuam observando melhorias contínuas enquanto seguimos adotando medidas de mitigação", escreveu a empresa na rede social X.

 

Não está claro se os problemas mencionados pela Microsoft estão relacionados às falhas de TI a nível global. Não foi possível obter comentários da CrowdStrike até o momento.

 

Grande impacto 

Um especialista em TI da Universidade de Melbourne, Toby Murray, disse que havia indícios de que o problema estava relacionado com uma ferramenta de segurança chamada CrowdStrike Falcon. 

 

"A CrowdStrike é uma empresa global de segurança cibernética e inteligência sobre ameaças", explicou.

 

"Falcon é o que se conhece como uma plataforma de detecção e resposta (...) que supervisiona os computadores nos quais está instalado para detectar invasões (ou seja, hackers) e responder", acrescentou.

 

Grandes filas foram observadas no aeroporto de Sydney. "Os voos estão chegando e partindo neste momento, mas é possível que tenhamos alguns atrasos durante a tarde", disse um porta-voz do sistema aeroportuário.

 

Em uma das maiores redes de supermercados do país, os terminais de venda automática exibiam mensagens de erro.

 

Companhias aéreas como Air France, KLM (Países Baixos) e Ryanair (Irlanda) sofreram problemas em suas redes. O mesmo aconteceu com três companhias aéreas indianas, IndiGo, SpiceJet e Akasa Air.

 

Algumas companhias aéreas do aeroporto internacional de Singapura também relataram interrupções.

 

Na Nova Zelândia, a imprensa informou sobre problemas nos bancos e nos sistemas operacionais do Parlamento.

 

Jill Slay, pesquisadora de segurança cibernética da Universidade da Austrália do Sul, disse que o impacto global do apagão pode ser "enorme".