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Apagão cibernético: entenda o que aconteceu nesta sexta (19)

Um dos maiores apagões cibernéticos registrados nos últimos anos afetou várias atividades

Passageiros no Aeroporto Internacional Ninoy Aquino, em Manila

Um dos maiores apagões cibernéticos registrados nos últimos anos afetou várias atividades nesta sexta-feira (19) ao redor do planeta, incluindo companhias aéreas internacionais, bancos, hospitais, empresas ferroviárias e do setor de telecomunicações.

A falha, que aparentemente foi provocada pela atualização de um programa antivírus, também atingiu as "operações virtuais" dos Jogos Olímpicos de Paris, informou o comitê organizador do evento, uma semana antes da cerimônia de abertura de 26 de julho.

Apagão cibernético foi "identificado" e está sendo corrigido, anunciou o CEO da CrowdStrike, empresa de cibersegurança

Até às 11h15(horário de Brasília), as ações da CrowdStrike perdiam 9,20% e as da Microsoft 0,24%.

Para o especialista em cibersegurança Junade Ali este falha "não tem precedentes" e "sem dúvida entrará para a história".

"Tem um impacto direto nos computadores dos usuários finais e sua solução pode exigir intervenção manual, o que representa um desafio importante", afirmou.

A falha provocou perturbações em vários aeroportos internacionais, com problemas nos sistemas de check-in.

No aeroporto madrilenho de Barajas, afetado como todos da Espanha, os passageiros precisaram ter paciência.

"Vamos voltar a Nice (...) Temos muito medo de perder o voo, porque realmente não sei o que está acontecendo", disse à AFP Blanca Arroyo, que acabava de chegar da Colômbia.

Em uma mensagem publicada no início da tarde, a entidade que administra todos os aeroportos espanhóis Aena garantiu que "seus principais sistemas" foram "restabelecidos". 

No aeroporto de Roissy, em Paris, um avião da Air France com destino a Berlim teve de retornar ao seu ponto de partida após um voo de 45 minutos na manhã desta sexta-feira, notou um jornalista da AFP. 

"Não conseguimos encontrar outro voo ou trem, não teremos escolha a não ser dormir no aeroporto", disse a passageira Anja Müller, uma estudante de 22 anos que teve que retornar à Alemanha depois de uma semana de férias na França.
 
[SAIBAMAIS] 

- "Um limbo"-
 
Os aeroportos de Berlim (Alemanha) e Sydney (Austrália) registraram longas filas de passageiros. 

"Estou em um limbo", comentou à AFP Alexander Ropicano, de 24 anos. Não sei "quanto tempo tenho que esperar aqui", disse o jovem, que esperava embarcar para Brisbane para visitar sua namorada.

As principais companhias aéreas dos Estados Unidos, incluindo Delta, United e American Airlines, começaram a retomar as atividades após suspenderam os voos no início da manhã devido a "problemas de comunicação".

A American Airlines informou que retomou as operações às 9h00 GMT (6h00 de Brasília). Em Berlim, o tráfego aéreo foi retomado parcialmente depois das 8H00 GMT (5h00 de Brasília).

Problemas similares afetaram o aeroporto de Amsterdã-Schiphol, nos Países Baixos, Hong Kong, assim como todos os aeroportos na Espanha, anunciaram as autoridades destes países.

Na Suíça, o aeroporto de Zurique, o maior do país, também suspendeu os pousos, mas as aterrissagens já foram retomadas. 

Os aeroportos de Pequim não foram afetados, segundo a imprensa estatal chinesa.

Além de companhias aéreas e dos aeroportos, o apagão cibernético também afetou hospitais nos Países Baixos, a Bolsa de Valores de Londres e a principal empresa ferroviária britânico.

A programação do canal britânico Sky News foi interrompida. Na Austrália, o canal nacional ABC anunciou que seus sistemas foram afetados por uma falha "grave".

Na Nova Zelândia, a imprensa relatou problemas nos bancos e nos sistemas operacionais do Parlamento.

A falha também interrompeu "os sistemas informáticos" do Paris-2024 durante algumas horas, admitiu a comissão organizadora do evento, que horas depois informou que suas atividades estavam normalizadas. 

- "Infraestruturas resistentes" -
 
A dimensão global da falha levou alguns especialistas a destacar o fato de que grande parte do mundo dependa de um único fornecedor para serviços tão diversos.

"Temos que ter a consciência de que este tipo de software pode ser uma causa comum de falha em vários sistemas ao mesmo tempo", disse o professor de Engenharia de Software John McDermid, da Universidade de York (Inglaterra). 

"Temos que desenvolver infraestruturas resistentes a estes problemas", acrescentou.

Companhias aéreas como KLM (Países Baixos) e Ryanair (Irlanda) sofreram problemas em suas redes. O mesmo aconteceu com três companhias aéreas indianas, IndiGo, SpiceJet e Akasa Air.

A Turkish Airlines anunciou o cancelamento de 84 voos.

Algumas companhias aéreas do aeroporto internacional de Singapura também relataram interrupções.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco