FRANÇA

Campanha de Le Pen é investigada por financiamento ilegal

Marine Le Pen foi reeleita deputada no primeiro turno das eleições legislativas antecipadas de 30 de junho

Publicado em: 09/07/2024 12:58

Marine Le Pen (Foto: CHRISTOPHE ARCHAMBAULT / AFP
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Marine Le Pen (Foto: CHRISTOPHE ARCHAMBAULT / AFP )
Nesta terça-feira, o Ministério Público de Paris comunicou que a campanha presidencial de 2022 de Marine Le Pen, do partido de extrema-direita União Nacional (RN), está sendo investigada por suspeita de financiamento ilegal.
 
Segundo o MP parisiense, a investigação se deve após o relatório da Comissão Nacional das Contas de Campanha e das Finanças Políticas (CNCCFP) ter aberto um inquérito judicial em 2 de julho por empréstimo de uma pessoa coletiva a um candidato numa campanha eleitoral, aceitação por um candidato de um empréstimo de uma pessoa coletiva, apropriação indevida de bens por pessoas que exercem um cargo público, fraude cometida em detrimento de uma entidade pública, falsificação e uso de falsificações.
 
A CNCCFP, responsável pelo controle da legalidade das despesas dos candidatos, que estão sujeitas a um limite máximo e parte das quais são reembolsadas pelo Estado, tinha enviado um relatório ao Ministério Público de Paris em 2023. “As investigações, confiadas à equipe financeira da polícia judiciária de Paris, prosseguem agora sob a direção de um juiz de instrução", acrescentou o Ministério.
 
Marine Le Pen, que foi reeleita deputada no primeiro turno das eleições legislativas antecipadas de 30 de junho, ainda será julgada com mais 24 pessoas e com o seu partido a partir de 30 de setembro por desvio de fundos europeus relacionados com a renumeração de assistentes de deputados europeus entre 2004 e 2016.
 
Em 2022, Le Pen investiu quase 11,5 milhões de euros na sua terceira campanha presidencial, em que saiu derrotada no segundo turno das eleições presidenciais por Emmanuel Macron. Em dezembro do mesmo ano, a CNCCFP rejeitou despesas no valor de 316.182 euros de doze ônibus contratados na campanha da líder do RN, considerando que constituía uma despesa irregular, o que levou Le Pen a pedir um recurso junto do Conselho Constitucional antes de desistir. Em 2017, a CNCCFP já tinha rejeitado as justificações para 873.576 euros das despesas de campanha, 95% das quais consistiam em empréstimos contraídos com a Frente Nacional (FN, agora RN) e também pelo partido do seu pai Jean-Marie Le Pen, mas a candidata não recorreu na ocasião. 
 
Em junho, o Tribunal de Justiça confirmou definitivamente a condenação do partido RN por superfaturamento de materiais de campanha usados pelos candidatos da Frente Nacional nas eleições legislativas de 2012, que foram posteriormente reembolsados pelo Estado.
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