ELEIÇÃO

G7 e UE apelam à Venezuela pela divulgação detalhada das atas eleitorais

Diplomatas ainda manifestaram solidariedade ao povo venezuelano e pediram maior moderação no país e uma solução pacífica e democrática

Publicado em: 31/07/2024 16:35

Na Venezuela, milhares saíram às ruas em protesto e para pedir a recontagem de votos (Foto: YURI CORTEZ / AFP
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Na Venezuela, milhares saíram às ruas em protesto e para pedir a recontagem de votos (Foto: YURI CORTEZ / AFP )
Os chefes da diplomacia do G7 e também da União Europeia apelaram hoje em um comunicado às autoridades da Venezuela que publiquem com plena transparência os resultados eleitorais detalhados do pleito presidencial, que resultou na contestada e polêmica reeleição do presidente Nicolás Maduro.
 
"Convidamos as autoridades competentes a publicar em plena transparência os resultados eleitorais detalhados e pedimos aos representantes eleitorais que partilhem imediatamente todas as informações com a oposição e os observadores independentes", afirmam no documento os países que formam o G7.
 
"Os relatórios dos observadores independentes nacionais e internacionais suscitaram graves inquietações sobre os resultados anunciados da eleição presidencial venezuelana e sobre a forma como decorreu o processo eleitoral, sobretudo no que respeita às irregularidades e falta de transparência da contagem final dos votos, sendo de importância fundamental que o resultado reflita a vontade do povo venezuelano", destaca a nota da chancelaria do Canadá, Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Japão e ainda pelo alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell.
 
Os diplomatas do G7 e da UE ainda manifestaram solidariedade ao povo venezuelano e pediram também maior moderação no país e uma solução pacífica e democrática.
 
Maduro, 61 anos, foi proclamado reeleito para um terceiro mandato até 2031, com alegados, segundo o Conselho Nacional Eleitoral, 51,2% dos votos contra 44,2% do seu adversário, Edmundo González Urrutia, de 74 anos. A oposição denuncia uma fraude maciça do governo e exige uma contagem transparente dos boletins de voto, assim como parte da comunidade internacional lançou também suspeitas sobre o resultado da votação no último domingo e pressiona pela liberação das atas.
 
Na Venezuela, milhares saíram às ruas em protesto e para pedir a recontagem de votos. Pelo menos 12 pessoas, incluindo dois menores, foram mortos desde segunda-feira no decorrer dos protestos que tomaram conta da capital e de outras localidades do país, de acordo com organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos. Além disso, aproximadamente mais de 90 ficaram feridas e quase 800 estão detidas. Acusado de fraudar as eleições, Maduro responsabilizou a oposição pela onda de violência e ordenou aumentar a repressão às mobilizações.
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