TENSÃO

Israel pede expulsão da Turquia da OTAN

Pedido veio após o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ter sugerido que invadiria Israel se tivesse mais armas

Publicado em: 30/07/2024 14:44 | Atualizado em: 30/07/2024 14:50

Ministro das Relações Exteriores de Israel pediu aos países membros da OTAN que expulsem imediatamente a Turquia da aliança (Foto: Ahmad Gharabli/AFP
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Ministro das Relações Exteriores de Israel pediu aos países membros da OTAN que expulsem imediatamente a Turquia da aliança (Foto: Ahmad Gharabli/AFP )
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, pediu aos países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) que expulsem imediatamente a Turquia da aliança, após o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ter sugerido que invadiria Israel se tivesse mais armas.
 
Para Katz com as ameaças e a retórica perigosa de Erdogan, o chanceler israelense deu instruções aos diplomatas do ministério das Relações Exteriores que conversem urgentemente com todos os membros da OTAN, apelando à condenação da Turquia e exigindo a sua expulsão da aliança militar.
 
Em contrapartida, após as críticas israelenses a Erdogan, a Turquia alertou Israel que dará uma resposta rápida e decisiva. “Aqueles que governam Israel condenam a nossa região a uma guerra permanente. As tentativas de encobrir este fato através da manipulação da opinião pública não funcionarão. Não podem camuflar os seus crimes de guerra atacando o nosso presidente”, afirmou Fahrettin Altun, porta-voz da presidência turca.
 
Katz considerou que o governo de Ancara violou os princípios fundamentais da Organização do Tratado do Atlântico Norte ao ameaçar invadir um país ocidental democrático sem provocação. "Erdogan está seguindo os passos de Saddam Hussein, o antigo presidente do Iraque, e ameaçando atacar Israel. Ele devia se lembrar do que aconteceu lá e como acabou", advertiu Katz, referindo que a Turquia abriga o quartel-general do Hamas.
 
"A Turquia se tornou um membro do eixo do mal iraniano, juntamente com o Hamas, o Hezbollah, e os Houthis no Iêmen", acrescentou.
 
No último domingo, o líder turco deu a entender que poderia invadir Israel para terminar o conflito palestino, se tiver ao seu dispor mais armamento. "Temos de ser muito fortes, porque assim Israel não poderia fazer a confusão que faz na Palestina. Tal como entramos em Karabakh, tal como entramos na Líbia, faremos o mesmo com eles. Não há nada que o impeça. Só temos de ser fortes e depois podemos dar estes passos? Iremos dá-los", defendeu Erdogan.
 
A Turquia, um aliado histórico de Israel e também um dos seus principais parceiros comerciais no Oriente Médio, decidiu romper relações diplomáticas em outubro com o Tel Aviv no inicio do conflito na Faixa de Gaza, além de em abril ter imposto restrições as exportações para Israel.
 
Membro da OTAN desde 1952, a Turquia não considera o Hamas uma organização terrorista e durante anos acolheu no exílio alguns dos seus dirigentes políticos.
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