AMÉRICA LATINA

EUA reconhecem Urrutia como vencedor das eleições na Venezuela

Secretário de Estado do país disse que a vitória de Urrutia tem base em provas incontestáveis e considerou válida a contagem de votos da oposição

Publicado em: 02/08/2024 11:44

Líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado abraça o candidato presidencial da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia durante um comício em frente à sede das Nações Unidas em Caracas (Foto: YURI CORTEZ / AFP
)
Líder da oposição venezuelana Maria Corina Machado abraça o candidato presidencial da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia durante um comício em frente à sede das Nações Unidas em Caracas (Foto: YURI CORTEZ / AFP )
Os Estados Unidos anunciaram que reconhecem o candidato da oposição, o diplomata Edmundo González Urrutia como vencedor das eleições na Venezuelana e pediram pela transição de poder. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que a vitória de Urrutia tem base em provas incontestáveis e considerou válida a contagem de votos apresentada pela oposição, liderada pela ex-deputada María Corina Machado, das assembleias de voto que mostrou que Urrutia recebeu a maioria dos votos com uma margem insuperável.
 
“As contagens foram recebidas diretamente das assembleias de voto em toda a Venezuela e corroboram com as sondagens de boca das urnas e as conclusões dos observadores independentes e das contagens rápidas. Desde o dia das eleições, temos consultado intensamente parceiros e aliados em todo o mundo e, embora cada país tenha tomado caminhos diferentes para responder, nenhum concluiu que Nicolás Maduro recebeu a maioria dos votos", disse. 
 
O chefe da diplomacia dos EUA ainda avisou que, em conjunto com os parceiros internacionais, estão prontos para encontrar formas de restabelecer as normas democráticas no país. 
 
Blinken destacou também que "a rápida" declaração do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que deu a vitória a Maduro no domingo, veio sem qualquer evidência que a apóie e sem que haja, até agora, publicado dados desagregados e nenhuma ata, apesar dos apelos internacionais.
 
O secretário de Estado reiterou que a missão de observação do Centro Carter retirou toda a credibilidade aos resultados anunciados pelo CNE.  “As presidenciais não se adequaram aos parâmetros e padrões internacionais de integridade eleitoral e não podem ser consideradas como democráticas", apontou o comunicado do Centro Carter.
 
A oposição venezuelana determinou, com base em editais obtidos de modo independente, que Urrutia obteve cerca de 70% dos votos, contra os cerca de 30% para Maduro.  
 
Na segunda-feira, o CNE determinou Maduro presidente eleito do país para o período 2025-2031, com 51,2% (5,15 milhões) dos votos e que o principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve 44,2% (pouco menos de 4,5 milhões de votos).
 
Maduro, além disso, admitiu na quinta-feira que 1.200 pessoas foram detidas em protestos pós-eleitorais na Venezuela e que outros mil estão sendo procuradas por destruírem 300 esquadras policiais no país.
 
Supremo aceita pedido de Maduro de certificação resultados eleitorais
 
O Supremo Tribunal da Venezuela aceitou um pedido de Maduro para certificar os resultados das presidenciais de domingo, nas quais foi reeleito para um novo mandato, mas que a oposição contesta. O tribunal informou que vai iniciar o processo de investigação e verificação para certificar de forma irrestrita os resultados eleitorais de domingo, a pedido do presidente venezuelano. Maduro afirmou que o governo está pronto para divulgar todas as atas eleitorais e acusou a oposição, com a ajuda de opositores no estrangeiro, de tentar um golpe de Estado contra o governo, usando o processo eleitoral. Maduro pediu ainda que os resultados eleitorais sejam certificados com um parecer de peritos do mais alto nível técnico e explicou estar à disposição de ser convocado, interrogado, investigado e submetido à justiça.
Tags: eleição | eua | venezuela |