O comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, afirmou que Israel enfrentará brevemente uma resposta esmagadora, após a onda de explosões de milhares de dispositivos de comunicação usados pelo grupo xiita libanês Hezbollah.
"Condeno este crime terrorista do regime de ocupação, que levou ao martírio e a ferimentos maciços ao querido povo libanês e aos mujahideen (guerreiros santos) do Hezbollah. Em breve encontrarão uma resposta esmagadora da frente de resistência. Em breve assistiremos à completa destruição deste regime cruel e criminoso", prometeu Salami.
Os ataques no Líbano, atribuídos por diversas fontes a Israel, causaram 37 mortos. O embaixador iraniano em Beirute, Mojtaba Amani, foi uma das mais de 3.200 pessoas que, de acordo com as autoridades libanesas, ficaram feridas pelas explosões, que aconteceram na terça e na quarta-feira no país.
Hossein Salami ainda disse que as explosões assinalam o desespero dos israelenses diante dos "sucessivos fracassos" de Israel tanto na Faixa de Gaza, como na fronteira com o Líbano, onde as forças israelitas não atingiram nenhum dos objetivos de guerra.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã também se pronunciou e condenou as detonações e classificou como um “ato terrorista”, segundo a mídia estatal do país. O porta-voz da chancelaria, Nasser Kanaani, acusou Tel Aviv de violar o direito humanitário internacional e apelou à instauração de um processo penal internacional. “Os ataques colocaram a paz e a segurança regionais e internacionais em sério risco”, declarou.
Já o embaixador do Irã na ONU, Amir Saed Iravani, disse na reunião do Conselho de Segurança que Teerã se reserva o direito a responder ao abrigo do direito internacional ao ataque ao embaixador, o qual descreveu como "um crime hediondo". A embaixada iraniana em Beirute comunicou que Amani esta progredindo bem aos ferimentos e assegurou serem falsas as notícias sobre "o estado dos olhos" do diplomata.
Por sua vez, o jornal norte-americano The New York Times divulgou informações de fontes, sob anonimato, da Guarda da Revolução iraniana, que relataram que Amani perdeu um olho e o outro estava gravemente afetado.
Enquanto isso, as investigações libanesas constataram que os aparelhos de comunicação ligados ao Hezbollah transportavam uma carga explosiva oculta.
Reunião emergencial no Conselho de Segurança
Nesta sexta-feira (20), o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que se reúne em caráter de urgência para discutir a série de explosões no Líbano. A presidência do Conselho declarou que a reunião foi solicitada pela Argélia.
O secretário-geral das Nações Unidas António Guterres, já apelou para que os objetos civis não fossem utilizados como armas e criticou explosões em locais não militares ou com muita gente. Israel não se manifestou sobre o assunto.
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