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ONU diz que governo de Tel Aviv cortou água em Gaza

Pedro Arrojo-Agudo qualifica a situação de uma "bomba silenciosa", que mata sem a visibilidade dos ataques, mas não deixa de ser letal


 

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou hoje que Israel cortou o abastecimento de água a Faixa de Gaza. O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou que o fornecimento de água potável já era muito limitado, mas, agora, o corte de energia elétrica tornou as centrais de dessalinização inoperacionais por completo e agravou ainda mais o problema.

 

Também o relator para o direito à água e ao saneamento da organização, Pedro Arrojo-Agudo, destacou que a falta de água em quantidade e com qualidade está alastrando várias doenças na região, como diarréia, disenteria e hepatite A, que vitimam, sobretudo, crianças e bebês. Por isso, Pedro Arrojo-Agudo qualifica a situação de uma "bomba silenciosa", que mata sem a visibilidade dos ataques, mas não deixa de ser letal.

 

Denuncia de inação da comunidade intencional 

 

Já a relatora da ONU para a situação dos direitos humanos nos territórios palestinos ocupados, Francesca Albanese, lastimou hoje a inação, ou mesmo o apoio, da comunidade internacional diante da "campanha de genocídio" do governo de Tel Aviv. "A maior parte dos países ocidentais permanecem inativos, no melhor dos casos, ou ativamente a ajudar e a assistir à conduta criminosa de Israel. É muito mais fácil enumerar os países ocidentais que fizeram algo para contrariar a maioria que tolera ou permite o comportamento de Israel em Gaza e restantes territórios palestinos ocupados” acusou Albanese, apontando somente a Espanha, Irlanda, Bélgica, Luxemburgo, Eslovênia, e, até certo ponto Portugal, como países que têm sido mais incisivos, e que, em medidas diferentes, tomaram alguns passos.

 

Recentemente Espanha, Irlanda, Noruega e Eslovênia reconheceram o Estado palestino, enquanto que Portugal, Bélgica e Luxemburgo ainda não o fizeram, mas são há muito tempo defensores da solução de dois Estados, na mesma linha da ONU, além criticarem os abusos da operação israelita e pedido insistentemente um cessar-fogo.

 

Albanese também defendeu que a comunidade internacional tem de agir de modo decisivo e agora, ressaltando que a escalada de violência, não só em Gaza, mas na Cisjordânia, é alarmante, com um genocídio em curso, e, que, no entanto, os responsáveis pelos crimes continuam impunes.

 

O relator sobre a promoção de uma ordem internacional democrática e equitativa da ONU, George Katrougalos, endossou o reconhecimento imediato do Estado da Palestina por parte da comunidade internacional. "É da maior importância que todos os Estados exerçam pressão com o objetivo de um cessar-fogo imediato em Gaza", indicou.

 

Enquanto isso, na reunião do Conselho de Segurança da ONU, a coordenadora humanitária e de reconstrução de Gaza, Sigrid Kaag, que visitou o enclave, elogiou a importância da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA). "A campanha contra a poliomielite ressaltou o papel vital que a UNRWA desempenha, não apenas de acordo com seu mandato, mas também como um parceiro crítico e confiável no tecido social de Gaza e como a espinha dorsal das operações humanitárias", assegurou Kaag. 

Leia a notícia no Diario de Pernambuco