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UE afirma que se deve evitar intervenção militar no Líbano

O responsável pela diplomacia da UE, Josep Borrell, disse que os ministros europeus apelam a uma reunião urgente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unida

Josep Borrell

Os representantes do Ministério das Relações Exteriores dos países membros da União Europeia se reuniram hoje para discutir a ameaça de um conflito generalizado no Oriente Médio, com a anunciada incursão terrestre das forças israelenses no Líbano.

 

O responsável pela diplomacia da UE, Josep Borrell, disse que os ministros europeus apelam a uma reunião urgente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. "Qualquer futura intervenção militar no Líbano iria agravar dramaticamente a situação e tem de ser evitada", avaliou Borrell.

 

O gabinete do secretário-geral da ONU já se antecipou e declarou que António Guterres se opõe veementemente a toda e qualquer invasão terrestre do Líbano. Uma vez que Israel anunciou que esta nova fase da guerra contra a milícia xiita libanesa Hezbollah acontecerá muito breve. 

 

Mas, as Nações Unidas comunicaram também que os Capacetes Azuis, sua força de paz, que ficam no sul do Líbano para implementar o cessar-fogo entre Israel e Líbano desde 2006, foram forçados a interromper as suas patrulhas na região. “Os mais de 10 mil soldados da missão de paz da ONU no Líbano (Unifil) já não conseguem realizar patrulhas devido à intensidade dos combates. Eles permanecem em posição na área de responsabilidade da missão, mas a intensa troca de artilharia impede a capacidade de cumprir as suas tarefas. Apenas podem observar a situação a partir do local onde estão estacionados” disse Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral da ONU.

 

Por outro lado, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, apelou à aplicação de uma resolução de 1950 para impor a paz à força. "A Assembleia Geral das Nações Unidas deveria implementar rapidamente a autoridade para recomendar o uso da força, como fez com a resolução de 1950 Unidos para a Paz, caso o Conselho de Segurança não mostre a necessária determinação", disse Erdogan, que também pediu aos países muçulmanos que adotem sanções econômicas, diplomáticas e políticas contra Israel, para pressionar Tel Aviv a aceitar um cessar-fogo. “Se Israel não for detido, os seus ataques poderão atingi-los em breve”, alegou o líder turco.

 

Já o Hezbollah garante estar pronto para enfrentar as tropas israelenses. Hassan Fadlallah, deputado do grupo no parlamento libanês, assegurou que o grupo xiita não solicitou qualquer ajuda ao Irã após a morte do seu líder Hassan Nasrallah.

 

 

Síria faz apelo na ONU

 

A Síria também apelou hoje aos membros da ONU para que ponham fim à agressão israelense contra a Faixa de Gaza, o Líbano e a Síria, e advertiu para consequências imprevisíveis em todo o Oriente Médio.

 

O chanceler sírio, Basam Sabagh, afirmou durante no seu discurso da Assembleia Geral das Nações Unidas que Israel tem de responder perante a justiça pelos seus crimes, a fim de evitar que todas as suas ações fiquem impunes. “As ações do regime israelense e a sua extensa agressão contra países e pessoas estão levando a região à beira do abismo, que caminha para um confronto perigoso cujas consequências podem ser catastróficas para a paz e a segurança na região. E as ações de Israel contra Damasco não podem ser separadas do papel destrutivo de alguns países ocidentais como os Estados Unidos”, alertou Sabagh.

 

Enquanto isso, o site de notícias Sky News avançou que decorre fogo de artilharia pesada em cidades fronteiriças no sul do Líbano e que as Forças Armadas libanesas se reposicionaram, ou seja, recuaram e agora se encontram em posições a cinco quilômetros da fronteira com Israel. Além disso, três cidades na fronteira norte israelense foram declaradas zonas militares fechadas.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco