GUERRA

Blinken chega a Israel para tentar retomar cessar-fogo

O secretário de Estado norte-americano deve se encontrar com o primeiro-ministro israelense para discutir também sobre o esperado ataque militar ao Irã

Publicado em: 22/10/2024 11:41 | Atualizado em: 22/10/2024 12:25

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, desembarca de seu avião ao chegar ao Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv (Foto: Nathan Howard / POOL / AFP)
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, desembarca de seu avião ao chegar ao Aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv (Foto: Nathan Howard / POOL / AFP)
Nesta terça-feira (22), em meio a ataques entre Israel e o Hezbollah e com um cenário de escalada, o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken chegou hoje a Tel Aviv.  Esta é a décima primeira visita do chefe da diplomacia dos Estados Unidos à região desde o início da guerra entre os israelenses e o Hamas para um novo esforço de alcançar um cessar-fogo.
 
Blinken deve se encontrar com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e seu gabinete para discutir também sobre o esperado ataque militar ao Irã e buscar desencorajar o agravamento e alastramento do conflito no Oriente Médio.

Antes da chegada do secretário, o Hezbollah lançou um grande ataque com foguetes contra o centro de Israel, que fez soar as sirenes de ataque aéreo nas zonas mais populosas do país, mas que não causou danos ou feridos. O grupo ainda reivindicou uma ofensiva contra uma base naval perto de Haifa, no norte de Israel, e contra duas posições nos subúrbios da capital. 

Segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), foram disparados contra o centro e o norte de Israel aproximadamente 80 projéteis, mas a maioria foi interceptada. Mesmo assim, o exército israelense declarou estado de emergência em Tel Aviv e o tráfego aéreo no aeroporto Bem Gurion precisou ser interrompido.

As autoridades libanesas informaram que os ataques em território israelense ocorreram depois de um bombardeio nos subúrbios da capital do Líbano ter matado pelo menos quatro pessoas. Também indicaram ofensivas perto da cidade de Tyre, no sul do país, além do ataque durante a noite passada, perto do maior hospital público do Líbano. "O ataque do inimigo israelense no setor Jnah, perto do hospital Hariri, matou 13 pessoas, incluindo uma criança, e o número de feridos subiu para 57, dos quais 17 foram hospitalizados e sete estão em estado crítico", diz o Ministério da Saúde do Líbano.

Catástrofe sem trégua

Enquanto isso, em Gaza, as FDI atacaram a cidade de Beit Lahia, que provocou a morte de mais de uma dezena de pessoas, incluindo mulheres e crianças. Foi neste cenário de escalada do conflito que o secretário de Estado dos Estados Unidos aterrou em Telavive para um novo esforço de alcançar um cessar-fogo.
 
Há quase 20 dias que o norte do enclave está sob cerco israelita, que causou mais de 500 mortes e milhares de deslocados, aponta os dados das Nações Unidas, que denunciou ainda o bloqueio de ajuda humanitária. O diretor da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, alertou mais uma vez que se tornou impossível encontrar comida, água ou cuidados médicos no norte de Gaza e exigiu uma trégua imediata da operação israelense. “No norte de Gaza, as pessoas estão apenas à espera da morte. As pessoas se sentem abandonadas, desesperadas e sozinhas e vivem com medo da morte a cada segundo. O número de mortos continua a aumentar após quase três semanas de bombardeios contínuos por parte das forças israelenses. O cheiro da morte está por todo o lado, já que os corpos jazem nas ruas ou sob os escombros, mas as missões de ajuda continuam sem permissão para remover os corpos ou prestar assistência humanitária”, relatou Lazzarini na rede social X.
 
No entanto, milhares de palestinos se recusam a abandonar as suas casas no norte, por  não terem para onde ir e temendo ataques israelenses, sobretudo apos receberem inúmeras ordens de saída desde o início da guerra, há mais de um ano.

Já o exército de Israel afirma que continua a lutar na região, ao mesmo tempo em que permite a saída de civis em rotas designadas.
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