BRICS

Chefe da ONU apela à paz global na cúpula do BRICS

António Guterres defendeu um "cessar-fogo imediato" na Faixa de Gaza, apelou à paz no Líbano e na Ucrânia, e ainda a um acordo no Sudão

Publicado em: 24/10/2024 15:12

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, participa de uma sessão plenária na cúpula do BRICS (Foto: Maxim Shemetov / POOL / AFP)
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, participa de uma sessão plenária na cúpula do BRICS (Foto: Maxim Shemetov / POOL / AFP)
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, defendeu hoje na reunião dos BRICS, que acontece na cidade russa de Kazan, um "cessar-fogo imediato" na Faixa de Gaza, apelou à paz no Líbano e na Ucrânia, e ainda a um acordo no Sudão, que vive uma guerra civil.
 
"Precisamos de paz em todo o lado. Precisamos de paz em Gaza com um cessar-fogo imediato e uma libertação imediata e incondicional de todos os reféns", afirmou Guterres, que destacou a necessidade de distribuir a ajuda humanitária de forma efetiva e fazer progressos irreversíveis para acabar com a ocupação israelense e implementar a solução de dois Estados (Palestina e Israel).
 
"Precisamos de paz no Líbano, com uma cessação imediata das hostilidades, avançando na plena implementação da resolução 1701 do Conselho de Segurança", acrescentou Guterres, em referencia à resolução que colocou um fim a um conflito entre Israel e o Hezbollah em 2006.
 
A resolução 1701 prevê a cessação das hostilidades de ambos os lados da fronteira e que somente as forças de manutenção da paz da ONU e o exército libanês podem ser destacados para o sul do Líbano.
 
O chefe da ONU também apelou à paz na Ucrânia: "Uma paz justa, em conformidade com a Carta das Nações Unidas, o direito internacional e as resoluções da Assembleia Geral".
 
“Apelo a um acordo no Sudão e à defesa dos valores da Carta das Nações Unidas, do Estado de Direito e dos princípios de soberania, integridade territorial e independência política de todos os Estados", enfatizou o líder da ONU.
 
Hoje também assinala o Dia da Organização das Nações Unidas em homenagem à data de sua fundação, em 1945, que marca o aniversário da entrada em vigor da Carta das Nações Unidas. A Carta foi ratificada pela maioria dos signatários, incluindo os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, o que deu origem à ONU. 

“A organização é, ao mesmo tempo um reflexo do mundo tal como ele é, e uma aspiração do mundo como sabemos que ele pode ser. A Carta da ONU indica o caminho para a construção de um mundo de paz, com desenvolvimento sustentável e com direitos humanos para todos. O documento está, acima de tudo, enraizado num espírito de determinação para curar as divisões, restabelecer as relações e construir a paz. A organização deve ser suficientemente flexível para enfrentar desafios que nem sequer existiam quando as Nações Unidas nasceram. A ONU é guiada por valores e princípios atemporais, mas nunca devem ficar congeladas no tempo. É por isso que temos que continuar reforçando as formas de trabalhar e olhando para tudo o que fazemos através de uma lente do século 21. A data serve para renovar o compromisso com a esperança e determinação de construir um mundo melhor e afirmar o propósito de união das nações em meio a um mundo dividido”, afirmou Guterres. 

O secretário-geral da ONU recordou igualmente os quatro desafios que a Cúpula do Futuro, promovida pela organização multilateral em setembro passado, estabeleceu para as áreas das finanças, do clima, da tecnologia e da paz.
 
A Cúpula do Futuro da ONU, que reuniu chefes de Estado e governo, representantes da sociedade civil, pesquisadores, setor privado e juventude para revitalizar os compromissos internacionais. “A Cúpula do Futuro marcou o caminho para reforçar o multilateralismo, para o desenvolvimento e a segurança globais. Agora devemos transformar as palavras em ações", concluiu.
 
À margem da reunião dos BRICS, Guterres e Putin também se encontraram, sendo a primeira reunião entre os dois desde 2022.
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