Exército de Israel afirma ter atingido cerca de 300 alvos do Hezbollah

Ataques também foram registrados nas proximidades do Aeroporto Internacional de Beirute (foto: Fadel ITANI / AFP)

Nesta segunda-feira (21), inúmeros ataques israelenses fizeram diversas vítimas na Faixa de Gaza, no Líbano e na capital da Síria. O exército de Israel afirmou ter atingido cerca de 300 alvos do Hezbollah em 24 horas, entre os quais as sucursais da al-Qard al-Hassan, organização financeira afiliada ao grupo xiita libanês Hezbollah, em Baalbek, Sidon, Hermel e Rayak, nos subúrbios do sul de Beirute e nas proximidades do aeroporto.

"Um dos nossos alvos prioritários era um cofre subterrâneo que continha dezenas de milhões de dólares em dinheiro e ouro. O dinheiro era usado para financiar os ataques do Hezbollah contra Israel", disse Daniel Hagari, porta-voz do Exército.

Além disso, Israel declarou ter interceptado vários drones e por causa disso o tráfego aéreo do aeroporto Ben Gurion, em Tel Aviv, teve de ser suspenso por alguns minutos. Também os militares reportaram a queda, no centro do país, de um míssil disparado do Líbano, sem que tivessem sido acionados quaisquer alarmes de aviso à população.

O Hezbollah disse ter disparado, por seu lado, sobre militares israelenses próximo da fronteira entre os dois países.

A Agência Nacional de Notícias libanesa (ANN) também informou que os ataques mataram quatro socorristas no sul do país e outros cinco ficaram feridos. O Centro de Operações de Emergência do Ministério da Saúde Pública libanês acrescentou que no bombardeio no bairro de Nabi Inaam, em Baalbek, morreram seis pessoas, entre elas um menor, e outras cinco ficaram feridas. “Um ataque aéreo israelense atingiu o bairro de Ouzai agora à noite. Esta é a primeira vez que este bairro é alvo desde o início da agressão israelense contra o Líbano”, divulgou a agência estatal.

Já a Organização das Nações Unidas (ONU) criticou os danos consideráveis, provocados pelos ataques massivos de Israel em propriedades residenciais, infraestruturas civis e instalações comerciais no Líbano.

Bombardeios intensos no norte de Gaza

Um ataque das forças israelense contra instalações da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), no norte de Gaza, causou 10 mortos e 30 feridos. O alto comissário da UNRWA, Philippe Lazzarini, reiterou que Israel continua a impedir a chegada ao norte de Gaza de missões humanitárias com abastecimentos básicos, incluindo medicamentos e alimentos para a população sitiada.

Lazzarini acusou as tropas israelenses de ainda atacarem hospitais e de cortarem a eletricidade, deixando várias pessoas feridas impossibilitadas de receber cuidados médicos. “Os restantes abrigos da UNRWA estão tão superlotados que algumas pessoas deslocadas são agora obrigadas a viver nas casas de banho. Segundo relatos, as pessoas que tentam fugir estão sendo mortas e os seus corpos deixados na rua. As missões de resgate de pessoas debaixo dos escombros também estão sendo negadas”, descreveu.

“Israel prometeu dar autorização à entrada dos caminhões, mas não há mudanças. Nos últimos dias, o que entrou foi muito, muito pouco e, em todos os casos, insuficiente  às necessidades", apontou Juliette Touma, porta-voz da UNRWA.  

Os residentes e médicos afirmam que o exército de Israel cerca hospitais e abrigos para deslocados na região norte. Mas, os médicos disseram ter recusado ordens dos militares para evacuar três hospitais na área ou deixar os pacientes sem assistência.

"Ninguém pode sair nem entrar", reportaram. 

A Casa Branca apelou mais uma vez hoje a todas as partes que cooperem na distribuição da ajuda em Gaza. "A quantidade de auxílio tem de aumentar mais", afirmou Karine Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca.

Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel afirmou o contato com a comunidade médica e o sistema de cuidados de saúde de Gaza, de modo a garantir que os serviços de emergência permaneçam operacionais. 

Ataque em Damasco

O ministério da Defesa da Síria anunciou a morte de duas pessoas e ferimentos em outras três, num ataque com um míssil contra uma viatura "civil" que circulava no bairro de Mazzé em Damasco, onde fica localizado o prédio da ONU e as embaixadas. A ofensiva foi atribuída a Israel, que não se manifestou.