ORIENTE MÉDIO

Irã ameaça retaliar Israel com todos os meios

O anúncio do porta-voz da chancelaria acontece horas depois do comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Hosein Salami, ter ameaçado Tel Aviv

Publicado em: 28/10/2024 15:17

Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ismail Baghai (foto: Reprodução)
Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ismail Baghai (foto: Reprodução)

Segundo a agência de notícias iraniana Mehr, o governo de Teerã avisou nesta segunda-feira (28) que dará uma resposta firme a Israel, após os ataques realizados no último sábado contra as suas instalações militares na capital e nas cidades Cuzistão e Ilam, que causou a morte de quatro soldados e danos materiais.

 

"Iremos utilizar todos os meios disponíveis para responder com firmeza e eficácia à agressão do regime sionista. O tipo de resposta será adotado em função do tipo de ataque", declarou Ismail Baghai, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã. 

 

Baghai ainda destacou os sistemas de defesa aérea iraniano, que classificou como um ponto de viragem na história do país. 

 

“As autoridades iranianas não estão considerando alterar a sua doutrina nuclear depois dos ataques israelenses, A posição do Irã contra as armas de destruição maciça é clara. Não acreditamos na militarização do programa nuclear", acrescentou.

 

O anúncio do porta-voz da chancelaria acontece horas depois do comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Hosein Salami, ter ameaçado Tel Aviv. “Israel enfrentará consequências amargas e inimagináveis devido aos bombardeios, que qualificou de ilegítimos e ilegais.

 

O presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, afirmou no domingo que o país não procura a guerra, mas prometeu uma resposta apropriada aos ataques israelenses.

 

A ofensiva de sábado foi à resposta de Israel pelo lançamento, no início de outubro, de mísseis balísticos a partir do Irã ao território israelense. 

 

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, denunciou os ataques à Organização das Nações Unidas (ONU) e pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança, para abordar a grave violação e ações ilegais e garantir a responsabilização do regime criminoso de Israel.

 

O pedido foi apoiado pela Argélia, China e Rússia e a reunião foi marcada para hoje.

Por sua vez, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, assegurou que o ataque aéreo foi preciso e poderoso e alcançou todos os seus objetivos.

 

Alguns dos edifícios danificados pelos bombardeios se situavam na base militar iraniana de Parchin, onde a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) suspeita que o Irã tenha realizado, no passado, testes para criar armas nucleares. Os outros danos atingiram a base militar vizinha de Khojir, que, segundo os analistas internacionais, esconde um sistema de túneis subterrâneos e locais de produção de mísseis.


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