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Israel intensifica bombardeios no sul do Líbano e nas imediações de Beirute

Forças israelenses anunciaram que atingiram um depósito de armas do Hezbollah

Membros da defesa civil procuram sobreviventes nos escombros de um prédio destruído no local de um ataque aéreo israelense noturno

Membros da defesa civil procuram sobreviventes nos escombros de um prédio destruído no local de um ataque aéreo israelense noturno

O Exército israelense bombardeou nesta quarta-feira (16) uma área do subúrbio ao sul de Beirute, reduto do movimento pró-Irã Hezbollah, e uma grande cidade do sul do país, depois que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que é contrário a um cessar-fogo "unilateral" no Líbano.

Ao sul da capital libanesa, um bombardeio atingiu durante o amanhecer o bairro xiita de Haret Hreik, minutos após o Exército israelense recomendar a saída dos moradores da área. As forças israelenses anunciaram que atingiram um depósito de armas do Hezbollah.

Este foi o primeiro bombardeio em vários dias na periferia sul de Beirute, onde o Exército concentrou os ataques desde o início de sua campanha no Líbano há quase um mês, antes de bombardear outras zonas do leste e sul do país.

Na terça-feira, o governo dos Estados Unidos, principal aliado de Israel, afirmou que é contrário à campanha de bombardeios em Beirute.

Em Nabatieh, região sul do Líbano, Israel efetuou 11 bombardeios contra a capital provincial, reduto dos movimentos xiitas Hezbollah e Amal, informou a governadora da província, Howaida Turk.

Entre as "várias pessoas" que morreram nos ataques, que atingiram dois edifícios da prefeitura e um centro médico, está o prefeito de Nabatieh, Ahmad Kahil, informou a governadora, que descreveu "um massacre". O Ministério da Saúde libanês anunciou um balanço de pelo menos seis mortos e 43 feridos.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, condenou um bombardeio "deliberado" contra uma reunião do "Conselho Municipal" em Nabatieh.

A coordenadora especial da ONU para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, também criticou o ataque, ao qual se referiu como uma "violação inaceitável do direito internacional", e exigiu uma "proteção aos civis e às infraestruturas".
 
''DEZENAS DE ALVOS DO HEZBOLLAH''

 

O Exército israelense afirmou que atingiu "dezenas de alvos do Hezbollah" na cidade do sul do Líbano, incluindo "infraestruturas terroristas, centros de comando do Hezbollah e instalações de armazenamento de armas".

Desde 23 de setembro, quando Israel iniciou a campanha de bombardeios no Líbano, ao menos 1.356 pessoas morreram no país, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais. Além disso, a intervenção israelense forçou quase 700 mil moradores a abandonarem as suas casas, segundo a ONU.

Após quase um ano de confrontos com o Hezbollah na fronteira israelense-libanesa e depois de enfraquecer o Hamas na Faixa de Gaza, em meados de setembro o Exército israelense modificou o foco da guerra para o Líbano, onde intensificou os ataques contra os redutos do movimento xiita.

O objetivo é afastar o Hezbollah das regiões fronteiriças e acabar com os lançamentos de foguetes para que quase 60 mil israelenses deslocados possam retornar para casa.

O Hezbollah, que alegou agir em apoio ao Hamas, abriu uma frente contra Israel em 8 de outubro de 2023, um dia depois do ataque executado pelos islamistas palestinos em Israel que desencadeou a guerra em Gaza.

Nesta quarta-feira, o movimento islamista anunciou que lançou um míssil teleguiado contra um tanque israelense na zona de fronteira.

O número dois do movimento xiita, Naim Qasem, alertou na terça-feira que seu grupo executaria ataques em "todo" Israel e insistiu que "a solução" para acabar com a guerra no Líbano é um "cessar-fogo".

Mas o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu descartou a possibilidade de um cessar-fogo "unilateral" que, segundo ele, não impediria o reagrupamento na fronteira dos combatentes do Hezbollah.

"ESFORÇOS PARA PROTEGER A PAZ" 

Enquanto prossegue com sua guerra contra o Hezbollah no Líbano e contra o Hamas na Faixa de Gaza, os israelenses continuam preparando uma resposta ao ataque com mísseis do Irã no dia 1º de outubro.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, alertou que o país está preparado para dar uma resposta "decisiva" caso Israel decida atacar seu território, durante uma conversa telefônica com o secretário-geral da ONU, António Guterres.

O chanceler, que está em uma viagem pela região, afirmou que Irã se esforça para "proteger a paz e a segurança da região".

O presidente iraniano, Massud Pezeshkian, pediu mais pressão sobre os aliados de Israel para acabar com os "massacres" em Gaza e no Líbano.

Em Gaza, as tropas israelenses prosseguem com a ofensiva no norte do território, em particular em Jabaliya, onde, afirma, o Hamas tenta reconstituir suas forças.

O ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 matou 1.206 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo um levantamento baseado em números oficiais israelenses, que inclui os reféns que morreram em cativeiro em Gaza.

Ao menos 42.409 palestinos morreram, a maioria civis, na ofensiva de retaliação israelense em Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco