Líbano apela à ONU por corredor humanitário para um milhão de deslocados

ANWAR AMRO / AFP

O presidente do parlamento do Líbano, Nabih Berri, apelou hoje à Organização das Nações Unidas (ONU) para que estabeleça um corredor aéreo que permita a entrega de ajuda humanitária a cerca de um milhão de deslocados devido aos ataques israelenses no país.

• Clique aqui para seguir o Diario no Instagram 

Em um comunicado do gabinete de Berri também foi solicitado ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha e ao Crescente Vermelho libanês para que entreguem alimentos e material médico aos libaneses do sul do país, a região mais afetada pelos bombardeios de Tel Aviv. “Agradeceu a todos os países árabes irmãos e amigos que começaram imediatamente a enviar ajuda, assim como aos libaneses e a todas as forças políticas que acolheram as pessoas deslocadas que foi injustamente alvo da máquina destruidora de Israel”, declarou Berri.

O primeiro-ministro interino do Líbano, Nayib Mikati, acrescentou que o país enfrenta uma das fases mais perigosas da sua história e fez um apelo "urgente" por mais auxílio para reforçar os esforços em curso para prestar assistência básica aos deslocados. Mikati ainda elogiou o apoio contínuo da ONU e dos países irmãos árabes e outros países amigos. 

As Nações Unidas divulgaram que já pediu cerca de 426 milhões de dólares para prestar ajuda a quase um milhão de pessoas deslocadas no Líbano.

Por sua vez, as Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram ter iniciado na noite passada ataques terrestres limitados, localizados e direcionados contra alvos terroristas e infraestruturas do Hezbollah no sul do Líbano. "Estes alvos estão localizados em aldeias perto da fronteira e representam uma ameaça imediata para as comunidades israelenses no norte de Israel", diz as FDI.

A campanha militar israelense Operação 'Setas do Norte', que começou há pouco mais de uma semana contra alvos do Hezbollah, acontece ao mesmo tempo em que os combates na Faixa de Gaza e outras zonas continuam.

Já o grupo xiita libanês Hezbollah afirmou ter disparado mísseis de médio alcance contra o centro de Israel e que isso "é apenas o começo".

Enquanto isso, o exército do Líbano assegurou nesta terça-feira (2) que não se retirou da fronteira com Israel, apesar de terem sido divulgadas informações sobre isso. "As unidades militares destacadas no sul estão realizando um reposicionamento de alguns pontos de observação avançados, até porque o inimigo israelense está fazendo ataques cada vez mais bárbaros contra várias regiões libanesas", disse o exército, que destacou manter a cooperação e coordenação com a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil).

Devido à intensa ofensiva, várias companhias já suspenderam os vôos no aeroporto de Beirute. Além das autoridades de diferentes países do mundo se mobilizam para retirar os seus cidadãos do país.