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Líbano pede a ONU cessar-fogo e diz que Hezbollah concorda

Mikati destacou também o compromisso do Governo libanês de aplicar a decisão 1701 do Conselho

Primeiro-ministro libanês mostra o primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati

Nesta sexta-feira (11), o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, declarou que pediu uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas para um cessar-fogo imediato e completo. "O Hezbollah está de acordo com esta questão", enfatizou.

"Decidimos pedir ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas que adote uma resolução para um cessar-fogo imediato e completo", anunciou Mikati depois de uma reunião do Conselho de Ministros do Líbano.

Mikati destacou também o compromisso do Governo libanês de aplicar a decisão 1701 do Conselho com todas as suas cláusulas, incluindo o destacamento do exército para o sul do Líbano e o reforço da sua presença na fronteira libanesa de modo a garantir a correta aplicação desta resolução.

A resolução 1701, que colocou um fim a um conflito entre Israel e o Hezbollah em 2006, prevê a cessação das hostilidades de ambos os lados da fronteira e que somente as forças de manutenção da paz da ONU e o exército libanês podem ser destacados para o sul do Líbano.

O grupo xiita informou as autoridades libanesas do seu acordo de cessar-fogo com o governo de Tel Aviv no dia em que o seu líder, Hassan Nasrallah, foi morto por um ataque israelense, no dia 27 de setembro, comunicou à agência France-Presse (AFP) uma fonte governamental libanesa.

Até então, o Hezbollah havia condicionado qualquer cessar-fogo no Líbano ao fim dos combates na Faixa de Gaza entre o seu aliado Hamas e o exército de Israel.

Mikati, além disso, denunciou como "crime" os ataques contra a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL), que foi alvo de disparos das forças israelenses durante dois dias consecutivos, e que feriu pelo menos quatro capacetes azuis da missão de paz da ONU em Naqoura, no sul do país.

Desde outubro de 2023, mais de 2.100 pessoas foram mortas no Líbano, das quais cerca de 1.200 desde a escalada de 23 de setembro deste ano, quando o exército israelense intensificou a sua ofensiva contra o Hezbollah, com bombardeios no sul do Líbano e em Beirute.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também condenou hoje os disparos israelenses contra a força da ONU no Líbano (FINUL). "Um ataque a uma missão de manutenção da paz da ONU é irresponsável e inaceitável, e é por isso que pedimos a Israel e a todas as partes para que respeitem plenamente o direito humanitário internacional", afirmou.
A França e a Itália já condenaram o incidente e acusaram Tel Aviv de violar o Direito Internacional. O governo francês inclusive convocou o embaixador de Israel no país, após os vários incidentes causados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) junto das forças da ONU no Líbano (UNIFIL) e pediu que parasse imediatamente com as atividades em curso contra forças da ONU.

"O quartel-general em Naqoura e posições próximas foram atingidos repetidamente nos últimos dias", denunciou a missão de paz sobre a situação das tropas, envolvidas no fogo cruzado entre Israel e o grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah.

A UNIFIL acrescentou que as IDF usaram um trator para derrubar barreiras em pleno território libanês e atingiram uma posição perto da Linha Azul, em Labbouneh, onde os tanques israelenses estão muito próximos. "Este é um desenvolvimento grave e a UNIFIL reitera que a segurança do pessoal e propriedade da ONU deve ser garantida e que a inviolabilidade das premissas da ONU deve ser sempre respeitada", diz o comunicado das Nações Unidas.

Há pouco mais de uma semana, Israel iniciou uma incursão terrestre no sul do Líbano.
O exército israelense confirmou ter disparado perto da sede da FINUL, no entanto disse ter advertido os "capacetes azuis" para se abrigarem. As autoridades militares ainda alegaram que as milícias libanesas operam dentro e perto de zonas civis no sul do Líbano, incluindo algumas ficam perto de postos de controle ou instalações da FINUL.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco