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Médicos Sem Fronteiras denuncia a catástrofe dos civis em Gaza e que a região se tornou inabitável

A MSF denunciou os extensos efeitos nefastos do conflito nos civis

Equipe dos Médicos Sem Fronteiros na Palestina

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) apelou nesta sexta-feira (4) por um cessar-fogo imediato, ao fim do bloqueio de Israel a Gaza, à abertura de fronteiras terrestres vitais, para garantir que a ajuda humanitária e médica possa chegar aos civis, e à evacuação das pessoas que precisam de cuidados médicos especializados. A MSF denunciou em um comunicado os extensos efeitos nefastos do conflito nos civis e que é urgente que entre a ajuda humanitária necessária à população. 

 

O MSF instou que o governo de Tel Aviv facilite urgentemente a entrega de ajuda para aliviar o sofrimento de civis, através da reabertura de postos fronteiriços que considera ser vital em conformidade com as medidas já solicitadas pelo Tribunal Internacional de Justiça.  "Israel tem de pôr imediatamente termo à matança indiscriminada de civis em Gaza. E a ajuda prestada em Gaza não é proporcional à gravidade da situação. As pessoas têm queimaduras extensas, ossos esmagados e foram mutiladas", alerta a nota divulgada.

 

A organização acusa Israel, o Hamas e os seus aliados de falharem catastroficamente em alcançar um acordo para um cessar-fogo duradouro e de alimentarem tensões regionais com consequências devastadoras para a população civil. "Os aliados de Israel continuaram a fornecer seu apoio militar, enquanto crianças são mortas em massa, tanques atiram em abrigos sem conflito e caças bombardeiam as chamadas zonas humanitárias”, acusou Chris Lockyear, secretário-geral do MSF.

 

A presidente dos Médicos Sem Fronteiras França, Isabelle Defourny, defendeu ser absolutamente essencial que a ajuda humanitária chegue à Gaza, em quantidades e a um ritmo proporcional à urgência. "Tem-se dito repetidamente que Gaza se tornou inabitável, mas se tornou mesmo inabitável", afirmou Defourny, que regressou recentemente de uma missão no enclave, na zona humanitária de Al-Mawassi. 

 

Defourny relatou que é uma situação de uma crise humanitária insustentável, sem acesso a água, alimentos ou serviços básicos, onde a ajuda chega a um ritmo realmente insuficiente. Além disso, acusou as Forças de Defesa de Israel (IDF) de desmantelarem sistematicamente o sistema de saúde da região. “Vários hospitais e imediações das instalações de saúde são alvos frequentes de ataques e põe em constante perigo os doentes e profissionais de saúde. As pessoas deslocadas vivem em abrigos insalubres e são mais vulneráveis a diversas doenças. Mais de dois milhões de pessoas estão praticamente ao relento, debaixo de pedaços de plástico, junto ao mar e, com a chegada do frio, as coisas vão ficar muito piores”, denunciou Defourny. 

 

A responsável do programa médico da MSF, Dra. Amber Alayyan, contou também que os bombardeios israelenses em áreas densamente povoadas têm repetidamente causado ferimentos em grande escala. "As nossas equipes têm sido obrigadas a realizar cirurgias sem anestesia, a ver crianças morrerem no chão dos hospitais por falta de recursos e ter que tratar os seus próprios colegas e familiares”, disse.

 

Segundo a Dra. Alayyan, atualmente apenas 17 dos 36 hospitais em Gaza estão parcialmente operacionais, de modo precário, e não conseguem atender às necessidades crescentes da população. “A nossa capacidade de resposta continua a ser limitada, simplesmente não conseguimos fazer chegar a Gaza material humanitário e médico suficiente”, lamentou. 

 

Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, o MSF trata diariamente pacientes com ferimentos causados pelos ataques e estima o atendimento de um total de 27 mil pessoas até o momento. 

 

Quase um ano após o começo do conflito no enclave palestino mais de 40 mil pessoas já morreram, deixou quase 100 mil feridos, milhares de desaparecidos nos escombros, além de áreas completamente devastadas, infraestruturas e prédios danificados ou destruídos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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