ELEIÇÕES NOS EUA

"Não sei se serão pacíficas", diz Biden sobre eleições americanas

A disputa entre Kamala Harris e Donald Trump prometem ser acirradas e mantêm os americanos em suspense
Por: AFP

Publicado em: 04/10/2024 21:26

Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden   (foto: Andrew Harnik / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)
Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (foto: Andrew Harnik / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

Faltando um mês para as eleições americanas, o presidente Joe Biden mostrou-se preocupado com a possibilidade de que elas não sejam "pacíficas", devido a comentários feitos pelo candidato republicano, Donald Trump.

 

"Tenho confiança de que serão livres e justas", mas "não sei se serão pacíficas", declarou Biden nesta sexta-feira (4). "As coisas que Trump já disse, e o que ele falou da última vez, quando não gostou do resultado das eleições, foram muito perigosas", alertou. 

 

"Sendo assim, me preocupa o que eles vão fazer", declarou Biden em um encontro improvisado com jornalistas na Casa Branca.

 

 

'Retórica'

 

As eleições de 5 de novembro entre a vice-presidente democrata, Kamala Harris, e o ex-presidente Trump prometem ser acirradas e mantêm os americanos em suspense.

 

As seções eleitorais nos condados mais disputados foram transformadas em fortalezas, protegidas por grades de ferro e detectores de metal.

 

A certificação dos resultados das eleições presidenciais no Capitólio, cenário de um ataque de simpatizantes de Trump em 6 de janeiro de 2021, ocorrerá com medidas de segurança draconianas.

 

Se o resultado for tão apertado como se acredita, pode levar dias, e não horas, para que se conheça o vencedor.

 

Donald Trump jamais admitiu sua derrota em 2020 e, em seus comícios, não deixa de acusar os democratas de "fazer trapaças".

 

O candidato republicano também atribuiu a segunda tentativa de assassinato contra ele à "retórica" de seus adversários.

 

Os democratas acusam Trump de ser o instigador de um ambiente político às vezes irrespirável.

 

 

Trump volta a Butler

 

No sábado, o republicano de 78 anos voltará ao cenário da primeira tentativa de assassinato na qual ficou ferido em uma orelha por tiros disparados por um homem de um telhado durante um comício: a cidade de Butler, na Pensilvânia.

 

Ele fará de novo um comício nessa localidade. Além disso, sua equipe de campanha anunciou um convidado ilustre: Elon Musk, o homem mais rico do mundo e proprietário da rede social X e das empresas Tesla e SpaceX.

 

Trump passou hoje pela Geórgia, estado atingido pelo furacão Helene, que causou mais de 200 mortes nos Estados Unidos. Ele classificou a gestão da crise pela Casa Branca como "terrível" e foi questionado sobre o temor de Biden.

 

"Não sei nada do que ele disse, só espero que as eleições sejam livres e justas, e acredito que o serão neste estado, e espero que em todos", respondeu Trump, acrescentando que não está concentrado nas eleições neste momento, e sim na tragédia provocada pelo furacão.

 

Mas não perdeu a oportunidade de criticar a imigração ilegal. Segundo ele, o dinheiro dos cofres públicos "tem ido para as pessoas que entraram no país ilegalmente".

 

Kamala Harris participou de um comício em Flint, cidade de Michigan, um estado-pêndulo (sem tendência política definida) na região dos Grandes Lagos e símbolo do declínio industrial dos Estados Unidos.

 

"Investiremos nas indústrias que construíram os Estados Unidos, como o aço, o ferro e a grande indústria automobilística americana" para que sejam "os Estados Unidos e não a China a ganhar a competição do século XXI", disse.

 

"Donald Trump faz grandes promessas e sempre as descumpre", afirmou a respeito de seu adversário, a quam descreveu como "um homem pouco sério".

 

A candidata democrata iniciou sua viagem na grande cidade de Detroit, berço da indústria automobilística americana, onde quer fortalecer sua imagem de candidata pró-sindicatos.

 

Os operários costumavam votar nos democratas, mas Donald Trump conseguiu o apoio de muitos deles desde que entrou na política em 2015. Para tentar frear essa migração de votos, Kamala contará com o apoio de Barack Obama.

 

Ainda bastante popular, o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos visitará diversos estados-pêndulo na véspera da votação de 5 de novembro, anunciou nesta sexta a equipe de campanha da vice-presidente democrata.

 

Nesta sexta, a democrata se reuniu com líderes das comunidades árabe e muçulmana, entre os quais há muitos insatisfeitos pelo apoio inabalável de Joe Biden a Israel.

 

Este eleitorado teve um papel importante na vitória do democrata em Michigan em 2020.