GUERRA

Putin afirma que o uso de tropas norte-coreanas é decisão da Rússia

O presidente russo ainda acrescentou que, se a Ucrânia quer aderir à OTAN, Moscou pode fazer o que quiser para garantir a sua própria segurança

Publicado em: 25/10/2024 13:37 | Atualizado em: 25/10/2024 13:39

Vladimir Putin, presidente da Rússia (Foto: Mikhail METZEL / POOL / AFP)
Vladimir Putin, presidente da Rússia (Foto: Mikhail METZEL / POOL / AFP)
O presidente da Rússia Vladimir Putin afirmou hoje que é uma escolha do Kremlin decidir se vão usar tropas norte-coreanas em território ucraniano. “Quando tivermos de decidir alguma coisa, decidiremos, mas a decisão soberana é nossa, se a vamos aplicar, se não a vamos aplicar, se precisamos dela, é um assunto que nos diz respeito”, disse Putin ao canal estatal do país.
 
Putin ainda acrescentou que, se a Ucrânia quer aderir à OTAN, Moscou pode fazer o que quiser para garantir a sua própria segurança.
 
Os Estados Unidos revelaram recentemente ter provas de que a Coreia do Norte enviou pelo menos três mil soldados para a Rússia, para provavelmente combater na Ucrânia. Além de Seul e Kiev também já terem denunciado, uma vez que a agência de informação militar ucraniana, os serviços secretos da Coreia do Sul e diversos governos ocidentais, como a Holanda, asseguraram que tropas norte-coreanas treinadas na Rússia foram destacadas para a região de Kursk, a zona fronteiriça russa onde as forças ucranianas realizaram uma grande incursão em agosto.
 
Putin e o líder norte-coreano Kim Jong Un assinaram um acordo de parceria estratégica e militar abrangente em junho. “O quarto artigo do acordo diz que se uma das partes for objeto de um ataque armado por parte de um Estado ou de vários Estados e se encontrar em estado de guerra, a outra parte fornecerá imediatamente assistência militar com todos os meios à sua disposição”, apontou o presidente russo.
 
Por sua vez, o gabinete do Procurador-Geral da Ucrânia reportou nesta sexta-feira (25) que iniciou uma investigação sobre o apoio de Pyongyang à Moscou na guerra como um possível crime de agressão. “Ao armar e fornecer forças terrestres envolvidas na luta contra a Ucrânia, os oficiais norte-coreanos podem enfrentar acusações. Estamos documentando e recolhendo provas de todos os aspectos possíveis de tal envolvimento como parte do processo principal sobre o crime de agressão. Os fatores do alegado crime incluem o fornecimento de armas à Russa, a organização de treinos para militares russos e a participação direta das forças norte-coreanas nas hostilidades”, declarou o procurador-geral ucraniano.
 
O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky adiantou que a Moscou planeja enviar as tropas norte-coreanas para o campo de batalha a partir de 27 e 28 de outubro, segundo os relatórios de inteligência do país, que também afirmam que cerca de 12 mil soldados, incluindo 500 oficiais e três generais, já estavam na Rússia, e que o treinamento ocorre em cinco bases militares.
 
Zelensky apelou aos aliados para que respondam a esta escalada aplicando uma pressão tangível sobre Moscou e Pyongyang.