ORIENTE MÉDIO

Vazam os planos de Israel para o ataque ao Irã

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já disse que Israel decidirá quais os eventuais alvos serão atingidos no Irã

Publicado em: 21/10/2024 16:36

Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (foto: Abie Sultan/Pool/AFP)
Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (foto: Abie Sultan/Pool/AFP)

A polícia e a Agência de Segurança de Israel (ISA) comunicaram que desmantelaram uma rede de espionagem formada por sete cidadãos israelenses acusados de trabalharem para o Irã. Os detidos estavam recolhendo informações sensíveis sobre as bases das Forças de Defesa de Israel e as infraestruturas energéticas, diz a nota das organizações. As autoridades norte-americanas também confirmaram que o governo está investigando a divulgação não-autorizada dos documentos confidenciais, que analisam os planos de Israel para atacar o Irã.

 

“Todos eles eram cidadãos judeus de Haifa e de outras zonas do norte do país. As suas operações se estenderam por um período de mais de dois anos, que incluíram extensas missões de reconhecimento nas bases da IDF em todo o país e que foram compensadas financeiramente, muitas vezes por meio de criptomoeda”, afirma a ISA.

 

Os Estados Unidos anunciaram hoje que permanecem profundamente preocupados com a evasão de dois documentos secretos e altamente confidenciais que descrevem os preparativos do governo israelense para o ataque de retaliação contra Teerã.

 

O porta-voz da Casa Branca para a Segurança Nacional, John Kirby, declarou que não existe indicação de que outros documentos tenham sido divulgados e de que exista a expectativa de que outros documentos como este venham a ser do domínio público. Kirby garantiu que as autoridades norte-americanas têm estado em contato com os dirigentes israelenses sobre o vazamento da informação confidencial, que pode ainda ter tido a participação de hackers.

 

A divulgação destes documentos confidenciais israelitas acontece num contexto de escalada do conflito entre o Irã e Israel, após o lançamento iraniano no começo de outubro de cerca de 200 mísseis contra território israelense, que prometeu responder.

 

Por sua vez, Teerã argumentou que as suas ofensivas foram uma retaliação pelo assassinato na capital iraniana, em julho, do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, que foi atribuído a Israel, e pela morte de Hassan Nasrallah, o líder do grupo xiita libanês pró-iraniano Hezbollah, morto num bombardeio de Israel perto de Beirute, no dia 27 de setembro.

 

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já disse que o seu país decidirá quais os eventuais alvos serão atingidos no Irã, apesar dos apelos do presidente dos EUA, Joe Biden, para que sejam poupadas as instalações petrolíferas e nucleares.

 

Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, também já advertiu que qualquer ataque às infraestruturas iranianas terá como consequência uma resposta ainda mais forte.