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COP 29 é marcada pela ausência de líderes dos países mais poluidores do planeta

Diplomatas e chefes de Estado de quase 200 países estão reunidos para tentar resolver a questão da urgência climática

Publicado em: 11/11/2024 13:14 | Atualizado em: 11/11/2024 14:55

 (Foto: Foto: Alexander NEMENOV/AFP)
Foto: Foto: Alexander NEMENOV/AFP
Nesta segunda-feira (11) começa a 29ª sessão da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29), em Baku, no Azerbaijão. Diplomatas e chefes de Estado de quase 200 países estão reunidos para tentar resolver a questão da urgência climática. 
 
Na pauta da agenda da COP de hoje estão às negociações sobre Finanças e Comércio, num ano marcado pelos desastres climáticos, que será o mais quente já registrado da história e o primeiro acima de 1,5°C, segundo o Serviço de Mudanças Climáticas do Observatório Europeu Copernicus. 
 
Mas, a ausência de líderes como o presidente dos EUA, Joe Biden, o presidente chinês Xi Jinping, a presidente da União Europeia, Ursula von der Leyen e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, preocupam a concretização dos pactos e acordos. Uma vez que a China, EUA, Índia e União Europeia possuem os totais de emissões mais altos do mundo, o que ameaçam os compromissos da cúpula. 
 
Além disso, o país anfitrião é rico em recursos petrolíferos e de gás natural, o que tem gerado muitas críticas devido à possível influência dos combustíveis fósseis. Diversas ONGs criticam a realização da conferência num país que celebra o petróleo como um ‘presente de Deus’, onde as autoridades também prenderam e processam vários ativistas ambientais. No entanto, o Azerbaijão se comprometeu a investir em tecnologias eólicas, solares e de captura de carbono.
 
Já a delegação do Brasil é liderada pelo vice-presidente brasileiro Geraldo Alckmin, que chegará a Baku hoje à noite, da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, além de Renan Filho, ministro dos Transportes, Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário, Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas, e Maria Laura Rocha, secretária-geral do Itamaraty.
 
Na abertura da conferência, o presidente da COP29, ministro da Ecologia do Azerbaijão e ex-executivo da empresa petrolífera nacional Socar, Mukhtar Babayev, alertou que é necessário muito mais de cada um dos países presentes em Baku.

“A COP29 é um momento de verdade para o Acordo de Paris. As alterações climáticas já estão aqui bastam ver as cheias em Espanha, os incêndios na Austrália. Quer as vejam ou não, há populações sofrendo e morrendo na escuridão e precisam mais do que compaixão, mais do que orações ou documentos de trabalho. Estão a pedir liderança e ação. Temos que investir hoje para salvarmos o amanhã”, destacou Babayev, que apelou ao mundo para que demonstre que estamos preparados para cumprir as metas a que nos propusemos.

O presidente da Cúpula ainda pediu que é preciso milhões de dólares para financiar os países que necessitam de ajuda para se adaptarem às alterações climáticas.

O evento da COP 29 busca um acordo para aumentar a ajuda financeira. “Esse financiamento não é uma caridade dos países mais ricos.
 
É do interesse de todos”, defendeu em seu discurso Simon Stiell, o chefe da Organização das Nações Unidas para o Clima.

Enquanto isso, o presidente da COP28, o sultão Al Jaber, avisou para o momento de recuo e conflito. “A história vai nos julgar pelas nossas ações e não pelas nossas palavras. Permita que o espírito positivo prevaleça que as ações falem mais alto do que as palavras e lembrem-se nós somos o que fazemos e não o que dizemos”, afirmou.
 
Aproximadamente o evento em Baku contará com a participação de 51 mil credenciados, mas mesmo assim são menos pessoas inscritas em relação à COP28, que ocorreu em Dubai no ano passado.
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