GUERRA
ONU alerta que alterações climáticas aumenta a situação dramática nos campos de refugiados
Documento ainda ressalta os fluxos populacionais relacionados com o clima, como o agravamento da situação da seca em diversos países
Por: Isabel Alvarez
Publicado em: 12/11/2024 12:39
Foto: AFP |
A Agência da ONU para os Refugiados divulgou o seu mais recente relatório e faz um alerta para o impacto das alterações climáticas na situação humanitária na África. O relatório foi publicado apos os países participantes na COP29, que acontece em Baku, no Azerbaijão, terem adotado a regulamentação de regras da ONU para créditos de carbono.
O documento ainda ressalta os fluxos populacionais relacionados com o clima, como o agravamento da situação da seca em diversos países. As Nações Unidas avança e afirma que até 2050 deverá ser registrado o dobro dos dias de calor, que afeta a maioria dos campos de refugiados no mundo, onde vivem mais de 120 milhões de pessoas.
O alto comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, advertiu também a profunda injustiça que representa a urgência climática e que obriga populações a fugir de inundações, secas e catástrofes ambientais. "As comunidades que as acolhem, que são as menos responsáveis pelas emissões de carbono, pagam o preço mais elevado. As soluções estão ao nosso alcance, mas precisamos de medidas emergenciais. Sem recursos e apoio adequados, as pessoas atingidas vão ficar num beco sem saída, afirmou Grandi.
A ajuda financeira climática promete ocupar as delegações presentes na COP 29, com o destino da verba direcionada para construir centrais de energia solar, melhorar a irrigação, construir diques ou ajudar os agricultores a lidar com as secas. Atualmente com 116 bilhões de dólares por ano, valor estabelecido em 2022, os países pobres apelam que este financiamento aumente mais de dez vezes nos próximos anos. Um pedido que as nações ocidentais consideram irrealistas para as suas finanças públicas.
Mercado de Carbono
Segundo uma boa parte dos especialistas, em relação à regulamentação de regras da ONU para créditos de carbono deverá abrir caminho para esse mercado e coloca uma solução para desescalar a tensão sobre uma medida do Acordo de Paris que preocupou os negociadores climáticos durante quase uma década.
Os mercados de carbono permitem que os países ricos e as empresas paguem aos países pobres para reduzirem as emissões e contabilizarem as poupanças por conta própria.
Onde estão os líderes da União Europeia?
Emmanuel Macron, Olaf Scholz e Ursula Von der Leyen estão ausentes da COP 29 eme Baku. O presidente da Fança tem em mãos uma crise, uma vez que a economia francesa dá sinais de alarme e já se teme uma possível recessão dramática. Já o chanceler alemão enfrenta o fim da coligação de governo e a presidente da Comissão Europeia acompanha as audiências dos comissários nomeados para integrarem o novo Executivo em Bruxelas.
A União Europeia esta representada pelo húngaro Viktor Orbán, que exerce a presidência rotativa do Conselho, Andrzej Duda, presidente da Polônia e respectivamente os primeiros-ministros da Espanha, Pedro Sánchez, e Giorgia Meloni, da Itália.
Mas, o G20 conta só com alguns países que estão representados por um chefe de estado ou de governo. Dentre eles, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, prometeu assumir um novo compromisso para reduzir os gases com efeito de estufa.
Nesta Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, há ainda presença inédita. Pela primeira vez, o talibã participa na COP29, desde que tomaram o poder no Afeganistão em 2021. Os talibãs não são formalmente reconhecidos pelos membros da ONU e não podem participar plenamente nos trabalhos. No entanto, foram convidados pelo Azerbaijão para participar em discussões a margem da conferencia e realizar reuniões bilaterais.
Há décadas que o Afeganistão sofre com a seca e é um dos países mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas.
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